Na manhã de sábado (03/10), o médico Sean Conley saiu do hospital militar Walter Reed à frente de grupo de colegas de profissão para atualizar o mundo sobre oestado de saúde do presidente Donald Trump após ele ser diagnosticado com covid-19.
“Neste momento, a equipe e eu estamos extremamente felizes com o progresso que o presidente fez”, disse Conley. “Continuamos cautelosamente otimistas… Ele está indo muito bem.”
Conley, de 40 anos, atua como médico pessoal de Trump desde março de 2018 e, até agora, havia estado raramente sob os holofotes.
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Porém, com a mídia global na porta do hospital, aguardando qualquer notícia sobre o presidente americano, o oficial da Marinha dos Estados Unidos está no centro das atenções do mundo.
Mas quem é o médico de Trump?
Médico osteopata e oficial da Marinha
Conley nasceu em Doylestown, no Estado da Pensilvânia. Ele se formou na Universidade de Notre Dame em 2002 antes de estudar Medicina Osteopática no Philadelphia College of Osteopathic Medicine, onde se formou em 2006.
A medicina osteopática tem uma abordagem mais holística para o tratamento, com foco no estilo de vida e nos fatores ambientais. Mas o treinamento de osteopatas é muito semelhante ao de médicos convencionais.
Eles devem atender aos mesmos requisitos para exercer a medicina e estão legalmente licenciados para fazê-lo em todos os 50 Estados dos Estados Unidos. Eles também podem prescrever medicamentos.
Depois de mais cursos no Centro Médico Naval em Portsmouth, na Virginia, em 2014, Conley serviu como chefe de trauma em uma unidade médica no Afeganistão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança militar da qual os Estados Unidos fazem parte.
O oficial da Marinha foi posteriormente designado para a Unidade Médica da Casa Branca. Ele se tornou o médico pessoal interino de Trump em março de 2018, quando o presidente nomeou seu então médico, Ronny Jackson, para chefiar o Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos.
Jackson mais tarde desistiu da nomeação após ser descrito como “totalmente antiético” em um documento divulgado pelos democratas. Conley assumiu oficialmente como médico pessoal de Trump em maio de 2018.
Em fevereiro de 2019, ele supervisionou uma equipe de 11 médicos que fizeram o exame físico do presidente americano e anunciou que Trump estava com “muito boa saúde”, acrescentando: “Eu prevejo que ele permanecerá assim durante sua presidência e depois disso.” Conley não divulgou mais informações sobre o exame de quatro horas, informou o New York Times.
Como o homem mais velho já empossado para um primeiro mandato como presidente, a saúde de Trump tem atraído grande atenção. Quando Trump foi ao hospital para uma visita não programada em novembro de 2019, Conley divulgou um memorando dizendo que havia sido feito um “check-up planejado de rotina”.
Havia rumores de que Trump tinha sentido uma dor no peito, alegação que seu médico pessoal refutou.
Controvérsia sobre a hidroxicloroquina
Conley ganhou destaque pela primeira vez em maio deste ano, quando o presidente anunciou que estava tomando hidroxicloroquina para prevenir o coronavírus.
“Depois de várias discussões que ele e eu tivemos sobre as evidências a favor e contra o uso de hidroxicloroquina, concluímos que o benefício potencial do tratamento superava os riscos relativos”, disse ele na época.
Um grande estudo global concluiu que não há evidências de que a droga pode combater o coronavírus. Evidências recentes também apontam que não é capaz de prevenir a infecção .
Ainda não está claro se o médico do presidente prescreveu explicitamente o medicamento.
Conley disse a repórteres no sábado que o presidente não estava tomando hidroxicloroquina como parte de seu tratamento para covid-19. Mas ele deixou muitas outras perguntas sem resposta, recusando-se repetidamente a dizer se o presidente havia recebido oxigênio suplementar.
No domingo, o Conley reconheceu que “recomendou ao presidente que experimentasse oxigênio suplementar” na noite de sexta-feira, depois que seu nível de saturação de oxigênio no sangue “caiu temporariamente”.
Ele também foi forçado a esclarecer o cronograma do caso de coronavírus de seu único paciente, logo após dar seu depoimento à imprensa no sábado.
Embora ele tenha dito naquela coletiva de imprensa que se passaram “72 horas” desde o diagnóstico de Trump , o que significaria que o presidente tinha testado positivo na quarta-feira, 36 horas antes de anunciar sua infecção, Conley disse que queria dizer “dia três “em vez disso.
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