Saúde

TABAGISMO – PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

TABAGISMO – PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA

Fatores Sociais e Ambientais que levam ao vício do tabagismo e o reconhecimento da doença por parte dessa população

O tabagismo já foi visto, durante muito tempo, como parte da personalidade e do comportamento do indivíduo sendo inclusive símbolo de “glamour” e independência. Entretanto, nas últimas décadas, essa visão foi sendo gradativamente substituída pela preocupação com os danos à saúde causados pelo tabagismo. O que era visto como um “hábito charmoso e elegante”, atualmente é mal visto e considerado uma doença crônica e recorrente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) informou em 2011 que aproximadamente 18% da população adulta no Brasil são tabagistas. A proporção de adultos tabagistas é maior em países pobres, chegando até 43% da população adulta em Bangladesh. A OMS considera importante uma política governamental efetiva ao combate ao tabagismo e enfatiza que as pessoas têm direito a informações precisas sobre os danos do consumo de tabaco.

O cigarro possui cerca de 60 substâncias cancerígenas e, como consequência, é fator de risco de várias doenças tabaco-relacionadas (sistemas respiratório, cardíaco, renal, digestório etc.). O cigarro é uma das maiores causas de mortalidades na população tabagista: doenças cardiovasculares (43%), vários tipos de câncer (36%) e as doenças respiratórias (20%). Como resultado, um indivíduo que fuma muito pode ter sua expectativa de vida reduzida em 25% se comparada àquela de um não fumante. Portanto, é considerado atualmente um problema de saúde pública.

Considerando a dificuldade da cessação do hábito de fumar, torna-se importante discutir os fatores sociais e ambientais que influenciam a decisão de iniciar e abandonar o hábito de fumar.

Pesquisa realizada no Ambulatório de Especialidades Médicas da Universidade de Marília em 94 pacientes tabagistas na faixa de idade entre 18 e 70 anos  mostrou que indivíduos tabagistas reconhecem o problema do vício e 75,5% sentem vontade de parar de fumar. Deste número, 52,1% tem alto grau de dependência ao vício.

Sob o ponto de vista social e ambiental, metade dos indivíduos pesquisados fumou o primeiro cigarro entre 8 e 15 anos e 43,6% passou a fumar regularmente a partir dos 18 anos. A influência maior foi de amigos (30,9%) e de familiares (66,0%).

Por causa da lei antifumo implantada no pais, 90,4% concordam com a lei e, por isso, 54,3% fumam mais em casa. Problemas relacionados no dia-a-dia fazem com que 75,5% dos tabagistas sintam vontade de fumar e 36,2% sempre após um cafezinho. Outro fato importante que a pesquisa mostrou foi que a proporção de mulheres aumentou e é maior do que de homens tabagistas (55,3%).

A cura ao tabagismo depende muito da motivação do paciente e de seu estado de prontidão ou de avidez para a mudança e aliada ao tratamento medicamentoso pode trazer resultado eficaz para cura do vício. Neste caso, um centro de tratamento que envolva multiprofissionais é imprescindível para a reabilitação desse tipo de paciente.

João Paulo Albarossi (bolsista PIBIC/CNPq)
Valberto de Oliveira Junior
 André Luís Correia Rosa
Carlos Renato Aur
Pesquisadores e discentes do curso de Medicina da Universidade de Marília/UNIMAR.

Prof. Dr. Sérgio Koodi Kinoshita
Orientador e docente do curso de Medicina da Universidade de Marília/UNIMAR.