Saúde

Tratamento gratuito contra cigarro em Marília cura 64% dos pacientes

Edilaine de Oliveira Miguel, médica do Ambulatório de Tabagismo da Santa Casa de Marília – Divulgação
Edilaine de Oliveira Miguel, médica do Ambulatório de Tabagismo da Santa Casa de Marília – Divulgação

O ambulatório de Tabagismo da Santa Casa de Marília, que atende 300 pacientes por mês em um programa de atividades para eliminar o vício em cigarro e outras formas de tabaco, divulgou nesta terça-feira um balanço que aponta cura definitiva em 64% dos casos.

O ambulatório é referência em atendimento para 62 municípios vinculados ao DRS IX (Departamento Regional de Saúde) e oferece todo o programa de forma gratuita, incluindo distribuição  de medicamentos.

“Existem etapas a serem vencidas e após um determinado período é possível saber se o paciente deixou de fumar de vez”, comentou a médica do Ambulatório de Tabagismo da Santa Casa, Edilaine de Oliveira Miguel. 

Nesta quarta-feira, 31 de maio será lembrado o Dia Mundial Sem Tabaco. Cerca de 6 milhões de pessoas morrem todos os anos tendo o cigarro como causa. Até 2030, estima-se que este número deve chegar a 8 milhões de óbitos/ano.

“Queremos conscientizar as pessoas quanto aos malefícios do tabaco. São 50 tipos diferentes de doenças causadas pelo cigarro, entre elas as cardiovasculares (infarto, angina, AVC – Acidente Vascular Cerebral e hipertensão arterial), cânceres e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) – enfizema e bronquite”, explicou a profissional.

Há alguns anos o tabagismo já é considerado uma patologia e inclusive a denominação já faz parte do CID (Código Internacional de Doença).

Jovens

O aumento da procura do Ambulatório de Tabagismo pelos jovens foi destacada pela médica. “Isso nos deixa felizes, pois num passado não tão distante tínhamos somente pacientes de meia idade e idosos vindo até a nossa unidade. Acredito que os jovens estejam mais preocupados em não terem doenças relacionadas ao cigarro e a manterem uma vida mais saudável. Largar o tabaco o quanto antes pode evitar sequelas ao organismo e doenças futuras”.

Os encaminhamentos para o Ambulatório de Tabagismo da Santa Casa são feitos via Secretaria de Estado de Saúde, a partir de pedidos de unidades de atendimento primário do SUS (Sistema Único de Saúde).

Os novos pacientes passam por triagem inicial às segundas e sextas, das 8h às 10h. Posteriormente, consulta é agendada com a médica Edilaine de Oliveira Miguel, que atende às quartas-feiras.

Inserção em grupo terapêutico com aproximadamente 50 pessoas é o passo seguinte do tratamento. Após quatro sessões (uma por semana), teste com o monoxímetro é realizado para constatar se o paciente conseguiu parar de fumar.

“É uma espécie de bafômetro que detecta exatamente a quantidade de cigarros que a pessoa fumou, caso isso tenha acontecido. Não tem como mentir”, enfatizou a enfermeira do Ambulatório de Tabagismo da Santa Casa, Silvia Mara Ferraz de Assis Pinto. 

O grupo de manutenção permanece até que seja completado um ano de tratamento. “Se a pessoa passar pelas crises de abstinência e não voltar a fumar, ela recebe alta”, explicou a enfermeira.

A equipe de profissionais do setor do hospital que auxilia as pessoas a deixarem o vício do cigarro ainda conta com a assistente social Clotilde de Carvalho Souza, o terapeuta ocupacional Kléber Renato Pelarigo e a auxiliar administrativa Marta Cristina Yoshida.

O Ambulatório de Tabagismo da Santa Casa fornece, de acordo com a prescrição médica, a Bupropiona (medicamento para o controle da ansiedade), a goma de mascar  e os adesivos (que liberam nicotina para evitar crises de abstinência até que haja a desintoxicação do organismo).