Na busca pelo corpo perfeito, por de dietas milagrosas, em busca de resultados rápidos , várias pessoas fazem grandes sacrifícios para conquistarem a perda de peso e o corpo tão desejado, e podem desenvolver transtornos alimentares como: transtorno de compulsão alimentar periódico, bulimia, anorexia e vigorexia, entre outros.
Urgência em comer, ingerir grande quantidade de comida em pouco tempo (duas horas) em conduta repetida pelo menos duas vezes por semana e no período mínimo de seis meses. Este é o padrão do chamado TCAP (Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica), um problema relacionado com a maioria dos casos de obesidade. É um comportamento que geralmente vem acompanhado pela perda de controle e arrependimento.
“É importante cuidar das causas emocionais e problemas que acompanham este transtorno, onde o corpo fala e parar para ouvi-lo é fundamental. Prestar atenção aos sintomas que vem nos comunicar que emocionalmente não estamos bem, podem nos ajudar a obter sucesso nos tratamentos”, explica a psicóloga Vanessa Lopes Custódio, com experiência em programa de acompanhamento e tratamento da obesidade.
Sentimentos de angústia, ansiedade ,dificuldades com a autoimagem, autoestima e tentativas frustrantes de controlar o peso podem provocar este estado de compulsão alimentar. E frisa: a compulsão não deve ser confundida com fome.
“A fome é um processo natural e necessário para repor nossas energias e manter nosso organismo. Quem apresenta compulsão alimentar supera em muito essa necessidade, sente urgência em comer, de forma rápida, sem sentir o sabor do alimento. Normalmente estão envolvidos motivos emocionais, de forma que a compulsão alimentar vira um problema emocional e físico”, explica a psicóloga.
A compulsão também não pode ser confundida com alimentação em excesso. Um exemplo são as pessoas que beliscam alimentos inadequados o dia todo e comem mais do que deveriam. Esse comportamento também pode levar à obesidade, mas a compulsão envolve questões específicas. “Para caracterizar a compulsão, a pessoa ingere grandes quantidade de alimento, sensação de estarem empanturradas, e a perda de controle diante do alimento é a principal característica. Depois sentem muita culpa e arrependimento.”
Comer compulsivamente leva a um ganho de peso excessivo e pode acarretar problemas físicos (diabetes, pressão arterial elevada, dores articulares, triglicérides e colesterol alterados, entre outros) e também psicológicos (depressão, ansiedade, sentimento de culpa, baixa autoestima).
Confira dicas da psicóloga para combater a compulsão:
– Durma ao menos oito horas por dia;
– Pratique atividade física ao menos três vezes na semana;
– Alimente-se regularmente com intervalos de três horas. Quando sentir vontade de comer fora do horário procure por outras atividades que lhe proporcionem prazer;
– Usar a respiração para controlar ansiedade e episódios compulsivos: atente-se ao fluxo de ar que entra e sai dos pulmões, respire profundamente, solte o ar lentamente. Além de controlar a ansiedade esse exercício de respiração ajuda a superar momentos de compulsão;
– Durante as refeições, servir – se de quantidades menores do que está habituado caso sinta necessidade de repetir, aguarde cinco minutos para avaliar se realmente ainda está com fome, evitando agir impulsivamente.
– Não crie sentimentos de culpa por estar acima do peso, procure ajuda profissional para emagrecer;
– Procure expressar sentimentos e pensamentos como forma de solucionar seus problemas emocionais ao invés de comer;
– É primordial conscientizar-se que comer compulsivamente está associado a uma forma de aliviar necessidades emocionais. Esta conscientização é fundamental para o sucesso nas mudanças de hábito.
Em caso de compulsão alimentar, procure uma equipe multiprofissional: médicos, psicólogos, nutricionistas e educadores físicos para as diferentes medidas que vão da análise de condições físicas e emocionais ao planejamento de dietas adequadas e atividades físicas.