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Brasil, Bolívia e Paraguai assinam declaração para proteger Pantanal

Representantes do Brasil, Bolívia e Paraguai assinam declaração – Norton Emerson/CBH Paranapanema
Representantes do Brasil, Bolívia e Paraguai assinam declaração – Norton Emerson/CBH Paranapanema

Representantes do Brasil, Bolívia e Paraguai assinaram no início da tarde desta quinta-feira em Brasília um acordo trinacional de preservação do Pantanal que prevê medidas ambientais mas também de proteção aos povos indígenas e populações tradicionais.

Apesar de ser o bioma de menor área no Brasil e ocupar 1,76% do território nacional, a região é considerada uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta. Os três países assinaram a Declaração de Interesse para o Pantanal, para favorecer um processo de cooperação para a conservação desse ecossistema.

As propostas foram levantadas durante a 12ª Conferência das Partes da Convenção de Ramsar, que aconteceu no Uruguai em 2015. As propostas incluem a redução e o controle da poluição, fortalecimento da governança da água com vistas a conservação dos ecossistemas e sua conectividade, adoção de medidas que fortaleçam sistemas produtivos para resistir aos efeitos das mudanças climáticas e a ampliação do conhecimento científico para o Pantanal.

Para a Rede WWF, uma organização mundial de proteção ambiental, a assinatura da declaração conjunta é motivo de comemoração, já que o Pantanal necessita de ações urgentes de desenvolvimento e conservação.
Ministro do Meio Ambiente do Brasil, Sarney Filho, assina declaração com representantes da Bolívia e Paraguai – Norton Emerson/CBH Paranapanema

A região das cabeceiras, no planalto, onde nascem as águas que abastecem o Pantanal está em alto risco. Mais de 55% já foi desmatada e enfrenta ainda outras graves ameaças como falta de saneamento básico, baixa adoção de boas práticas agropecuárias e construção de hidrovias.

“O Pantanal, como qualquer área natural, desconhece limites geopolíticos. Milhões de pessoas e uma biodiversidade única dependem dos serviços ecossistêmicos dessa região. Em um cenário onde 55% da região das cabeceiras do Pantanal já foi desmatada, esse tipo de iniciativa para uma gestão integrada é fundamental para um futuro de paz e segurança hídrica”, disse o diretor-executivo do WWF-Brasil, Mauricio Voivodic.