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Campanha nacional usa vídeos para incentivar adoção de crianças "mais velhas"

Rian e ìcaro, crianças na fila da adoção, em vídeo lançado pela campanha
Rian e ìcaro, crianças na fila da adoção, em vídeo lançado pela campanha

O Tribunal de Justiça do Espírito Santo lançou em redes sociais uma campanha inovadora para incentivar a adoção de crianças acima dos cinco anos de idade que estejam em abrigos do Estado.

Batizada como “Esperando por você”, a campanha apresenta apresenta, por meio de vídeos e fotos, crianças que aguardam uma família. Apesar de inicialmente parecer incomum, por expor a imagem das crianças, a campanha já colhe bons resultados.

Segundo o TJ-ES, todas as crianças concordaram em participar do projeto, e o uso de imagem foi autorizado pelos magistrados responsáveis, coordenadores dos abrigos e guardiões legais. A campanha foi inspirada em casos de sucessos semelhantes obtidos nos Estados Unidos, Russia, Bielorrússia.

Segundo o psicólogo da Corregedoria-Geral de Justiça do estado, Helerson Elias Silva, a ideia nasceu da necessidade do acolhimento de crianças que estão crescendo em abrigos sem pretensão de adoção. Segundo ele, que também é um dos coordenadores da campanha, a ação já tem apresentado retorno positivo.

Ao contrário de outros países, o sistema brasileiro permite que as famílias adotantes escolham o perfil da criança desejada. Segundo o levantamento, 80,82% buscam crianças de até 5 anos, enquanto menos de um quarto (24,6 %) das crianças aptas da adoção está nesta faixa etária.

Na tentativa de equilibrar esse cenário e reverter histórias de crianças maiores de 8 anos, aquelas com irmãos ou as que têm alguma condição especial de saúde.

A campanha do TJ-ES teve alcance nacional e, até o momento, recebeu mais de 200 e-mails de potenciais adotantes. Em um caso específico, há registro de 60 pessoas interessadas em apenas uma única criança.

“A gente ora pedindo uma família, para que possa dar tudo certo. E também espero que eu possa ser adotado, eu e meu irmão. Que uma pessoa boa possa vir nos pegar, nos levar, nos tratar com carinho. Que a gente possa respeitá-la, a casa dela. Não importa onde ela vai morar, pelo menos eu vou ter uma família”, conta Ícaro, uma das crianças na fila de adoação,  em um dos vídeos da campanha.