Nossa relação com os pets atraiu o olhar até do IBGE que, há dois anos começou a mensurar o quanto eles, maravilhosamente, fazem parte da nossa vida. As pesquisas revelaram que no mundo há muito mais gatos do que cachorros, principalmente nos EUA que é o país com maior número de bichos de estimação.
Mas, apesar da preferência mundial, no Brasil a população canina é ainda muito maior do que a população felina. O número de cães nos lares brasileiros (52 milhões) já ultrapassa o número de crianças (44 milhões). E quando o assunto é felino, que soma 22 milhões, os cães disparam mesmo. Há muitos fatores que interferem nessa realidade, inclusive socioculturais, ou seja, isso tem muito a ver com jeitinho brasileiro de ser e dos traços do cachorro.
O gato é muito mais independente que o cão, consegue se virar sozinho muito bem, com a mesma alegria e qualidade de vida. Isso não significa que não precisa de cuidados, porém, comparado com o cachorro, exige menos do tutor. Um cachorro tende a ser mais carente de atenção e de carinho do que os gatos.
O cão é muito mais feliz quando está com alguém por perto, quando está brincando ou trocando afeto. Ele gosta de atenção, gosta que dê bola para ele (literalmente). Tem necessidade de marcar presença no lugar e dizer com seus comportamentos “estou aqui, hein?”, “me aperta, me abraça”. E para isso ele dá uma patinha, raspa a patinha na pessoa, lambe sua mão, vai roçando, enfiando a cabeça entre os braços… Faz tudo para conseguir o que tanto deseja: atenção, carinho, calor humano.
O cachorro tem ou não tem o jeitão do brasileiro? Gosta de contato físico, é muito alegre, festivo, carinhoso, gosta de abraçar todo mundo! Ele pede uma proximidade e um calor na relação, sendo muito mais intenso do que o gato nesta questão afetiva. Acredito que esse aspecto justifica o fato do brasileiro, em sua grande maioria, optar pelo cachorro na hora de escolher o bichinho de estimação e companheiro.
Lógico que existem brasileiros reservados que também se apaixonam por cães! Eles podem não enxergar o cão como um “filho” ou deixa-lo viver dentro de casa, mas amam e cuidam tão bem quanto os tutores mais intensos no afeto.
Não é a toa que o cão é conhecido como o melhor amigo do homem. E eu diria que ele é o melhor amigo do brasileiro. Quando pensamos em afeto, em relação calorosa, afinidade e cumplicidade, logo, pensamos no cão. Há uma troca única que acontece entre o brasileiro e o cachorro e um exemplo disso é que o cão, muito antes de ser considerado membro da nossa família, já nos considerava parte de sua matilha.
Mas, não façamos confusão, hein! Não podemos considerar que o gato é exatamente o oposto do cão. Quem tem gato sabe da maravilha que é tê-lo (um jeito diferente de relação e amor). Ele ronrona quando curte o carinho e a companhia do tutor (esse é o jeitinho dele) e faz como se fosse uma massagem no corpo do tutor (um amassa- amassa, pãozinho). Já vi na estrada um homem caminhando e quatro gatos atrás dele, com os rabinhos empinados seguindo o tutor. Gatos também têm vínculos afetivos!
É óbvio que o gato não vai lamber como o cachorro e nem ficar abanando o rabo, porque gato é gato, não é cachorro. O gato não é legal? Claro que é! Só não é cachorro e, por essa razão, tem um tipo de interação diferente com o ser humano.
Como é mais gostoso ser feliz ao lado deles.