Um ranking nacional sobre condições do saneamento básico em cidades de médio porte colocou Marília e Bauru na categoria mais baixa – primeiros passos para universalização do saneamento – em classificação derrubada por falta de ações para tratamento de esgoto.
Marília levou nota 2,33 pontos em 100 possíveis e Bauru não ficou muito melhor: nota 4,12. As duas cidades perderam assim boa avaliação obtida com os dados de ligações de água e coleta de esgoto, que também são avaliadas no estudo.
O resultado colocou Marília na 115ª posição nacional e na 55ª posição do Estado de São Paulo. Coincidentemente, o ano do estudo marca o abandono das obras de implantação das estações de tratamento de esgoto, que a prefeitura promete retomar em breve e promove licitação para atender duas das três bacias com despejo na cidade.
O ranking considera também a destinação do lixo, que é feita com pagamento para transbordo a outras cidades, já que em Marília o setor não tem estrutura para destinação correta. O ranking também não considera a recente interdição do espaço para destinação de entulho.
Outras três cidades do Oeste aparecem na terceira categoria: Ourinhos, a melhor posicionada, Prudente e Assis, que acumulam notas muito baixas na destinação do lixo. Prudente levou 2,32 neste quesito e Assis ficou com nota 15.
O estudo foi desenvolvido pela Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), uma entidade com mais de 50 anos de atuação e que representa dez mil profissionais do setor em todo o país, e que tem sede no Rio de Janeiro.
O ranking apresenta dados de 2015. Separou as cidades em três categorias: Rumo à universalização, Compromisso com a universalização e Primeiros passos para a universalização. Analisou dados de municípios com população acima de cem mil habitantes.
No primeiro grupo estão municípios com mais de 489 pontos em cinco quesitos. No segundo cidades que atingiram de 450 a 489 pontos e por fim aquelas com menos de 450.
Birigui (499,51), Araçatuba (495,16) e Araraquara ( 494,30) foram as únicas cidades do Oeste na categoria mais alta. O ranking é liderado por outra cidade paulista, Piracicaba, que atingiu nota 499,92.
Marília ficou com 391,89 pontos. Bauru somou 398,16, Assis 388,26 e Prudente387,50.Ourinhos atingiu 417 pontos. Outras cidades paulistas, como Rio Preto, São Carlos, Botucatu e Rio Claro, aparecem na categoria intermediária.
Outro dado do estudo é o levantamento de índices de internação de pacientes por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental. Neste quesito a cidade atingiu 14,22 internações por cem mil habitantes.
Para a correlação com o ranking, foram selecionadas as doenças de transmissão feco-oral, por serem dentre todas as DRSAI aquelas de maior incidência no período de 2000 a 2013, segundo o IBGE7 . E, sobre elas, calculou-se a taxa de internações8 média por 100.000 habitantes das doenças de transmissão feco-oral.
As doenças selecionadas são Cólera, Febres tifóide e paratifoide, outras infecções por salmonela, Shiguelose, Outras infecções intestinais bacterianas, Amebíase, outras doenças intestinais por protozoários, Infecções intestinais virais, outras e as não especiȴcadas, diarréia e gastroenterite de origem infecciosa presumível e Hepatite A.
Clique aqui para acessar a íntegra do estudo. Veja abaixo a comparação dos dados de Marília com outras cidades do Estado de São Paulo