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Psicólogas falam a educadores sobre limites na educação de crianças

Psicólogas falam a educadores sobre limites na educação de crianças

A resposta à pergunta ‘Cadê os Limites?’ nunca foi tão difícil. A falta de limites para crianças e adolescentes é um desafio de pais, educadores e da sociedade em geral. Em face à sua responsabilidade, a Secretaria Municipal de Educação promoveu nesta semana um encontro de formação para diretores e coordenadores com o tema, título do livro das psicólogas Marília Candeloro Cunha e Alcione Candeloro Ricci.

A atividade, explica a supervisora Ellen Alves Matsuchita, integrante da equipe pedagógica das Emeis (Escola de Educação Infantil), surgiu da necessidade apontada pelos próprios profissionais da rede. A formação contemplou diretoras e coordenadoras, que replicarão o conhecimento com os demais servidores, em cada escola.

A convite da Secretaria Municipal de Educação, Marília Candeloro apresentou o tema e explicou a importância dos limites, desde a infância. O poder do “não consciente” no momento adequado contribui para que o futuro cidadão seja pleno em sua formação e mais feliz.

A autora situou também as atribuições de cada agente, seja professor ou familiar, no processo que promove equilíbrio entre empoderamento e limites. Ela explicou a importância do diálogo entre família e escola, sendo que não pode haver substituição dos papéis.

A diretora Donata Cássia da Silva, da Emei “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, lembra que a formação com esse enfoque já era aguardada com expectativa na rede. Como educadora, ela alerta que o limite deve existir desde o nascimento da criança, para estimular o respeito e o bom convívio.

Ela ressalta a existência, nem sempre harmoniosa, de uma dicotomia entre o que a escola ensina e o que a família transmite à criança. “Alinhar essa comunicação é um desafio, porque o profissional de educação não pode interferir nos valores da família, mas também não pode ser desautorizado pelos pais ou responsáveis de alunos que desconhecem limites”, afirma.

Para facilitar a oficina, foi utilizada uma árvore simbólica, em que cada escola teve a oportunidade de afixar previamente (como falhos), suas principais dificuldades e dúvidas em relação ao assunto. A ferramenta tornou a formação ainda mais dinâmica.

A OBRA

Lançado em Marília há dois anos, pela editora Novo Século, Cadê os limites? compila a experiência das psicólogas (especializadas em pedagogia) no atendimento a famílias. A obra conta a história de Juca, que vivenciou pouquíssimas frustrações durante seu desenvolvimento. Facilmente o “não” virava “sim”, favorecendo uma baixa tolerância às frustrações.

Pelas concessões excessivas, os limites não eram mantidos e a fala dos pais se perdia diante das insistências cada vez maiores de Juca. Essa situação propiciou a ele uma precária noção de causa e efeito, contribuindo para uma excessiva irresponsabilidade.

“Onde foi que nós erramos?”, pergunta a mãe de Juca; e é o questionamento que muitos pais se fazem quando constatam inadequações no comportamento dos filhos. Podemos e devemos fazer diferente. Vamos tentar? (resumo fornecido pela editora).