O trânsito parou na avenida Brigadeiro Eduardo Gomes na tarde desta quarta-feira e o problema não era excesso de carros. Alguns motoristas paralisaram tráfego para ajudar a tirar da pista grupo de quatis que deixou o bosque em busca de comida em sacos de lixo deixados na calçada.
A situação revela um quadro de sujeira urbana e riscos para os animais com algumas polêmicas que se arrastam há anos: controle da limpeza em uma região cheia de lanchonetes e um salão de eventos, falta de lixeiras que impeça acesso dos animais e uma avenida de trânsito intenso entre a comida que fica na rua e os animais silvestres.
A situação dos trailers forma um enredo de anos de debates que inclui um inquérito civil no Ministério Público, promessas de ajustes na prefeitura e facilidades que a Vigilância Sanitária não oferece a muitos pontos comerciais da cidade.
Uma das motoristas que parou para ajudar o resgate disse que aos poucos o grupo de quatis retornou ao bosque, mas permaneceu junto à tela, que é cheia de áreas de fuga e devem voltar à rua por causa do alimento fácil.
O risco com os quatis repete uma situação que já foi comum com gatos. Mas não se pode satanizar os trailers. Outros pontos da cidade sofrem com situação parecida.
Na rua Álvares Cabral, próximo à prefeitura, todos os dias cães e pombos disputam lixo em sacos depositados no chão. Restos espalhados na calçada, sujeira, e animais no asfalto formam o enredo do abandono a poucas quadras da principal avenida da cidade.
“A gente espera uma solução há anos. Se não for pela higiene e saúde pública, que seja pelos quatis, que seja pela segurança no trânsito, porque muita gente freia de forma brusca. Ou que seja solução temporária de lixeiras que impeçam o acesso dos animais”, disse a moradora que acompanhou o caso na avenida Brigadeiro.