Flávio Sampieri, poeta e jornalista, fundou o jornal O Caiçara, de poesia e literatura, que circulou por dois anos na década de 50, e escreveu em diferentes jornais. Faleceu em 2005, pouco antes de completar 75 anos. A coluna circula em homenagem ao poeta e lembrança pelos dez anos de seu falecimento, com poesias cedidas pela família,
Flávio Sampieri, poeta e jornalista, fundou o jornal O Caiçara, de poesia e literatura, que circulou por dois anos na década de 50, e escreveu em diferentes jornais. Faleceu em 2005, pouco antes de completar 75 anos. A coluna circula em homenagem ao poeta e lembrança pelos dez anos de seu falecimento, com poesias cedidas pela família,
Arte & Lazer
Ventos que andais pela Terra desde o longínquo Oriente trazei-me a palavra santa do Homem de Nazaré Trazei-me ventos, trazei-me o puro hálito do verbo soprado sobre esses vales sentido nos altos montes. Trazei-me toda a virtude deste mandamento único: “Amai-vos sempre uns aos outros como Eu vos tenho amado” Com vossas asas chagadas ó […]
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Nome forte, poderoso, soberano, acolhedor, bálsamo maravilhoso, alívio do sofredor. Trazê-lo à boca é gostoso, pois tem divino sabor, bem dizê-lo é saboroso; Ele é a essência do amor. Jesus, sublime presente, foste nos dado por Deus infeliz quem te não sente perto de si, junto aos seus. És luz que ilumina o crente, vence […]
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Cancioneiro de Avaí Por tantos caminhos andei que até me perco na conta, muitos cavalos selei e, na pousada, a desmonta. Gira o mundo e a roda tonta deixa a cabeça que errei. Mais na frente o sol desponta quantas léguas caminhei? Pego o arco e a seta incerta disparo para o infinito, firo alguém! […]
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Oh Alma que sofreis assim calada atroz desilusão do amor desfeito. Oh! Alma que viveis tão sufocada na caixa sepulcral deste meu peito: Libertai-vos da angústia recalada que já vos vai matando deste jeito talvez entrareis noutra morada a fórmula ideal do amor perfeito. E tendo-a por receita em vosso fado não ha melhor remédio que […]
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Fui procurar não achei. Achar é difícil: pode alguém sentir perfume nos sujos pelos de um bode? Tornei a ir, não topei. Topar não é fácil, não! Pode alguém se regalar vivendo vida de cão? Fui conferir, arrepiei com o que vi nas favelas: gentes em tristes jeitos vivendo e morrendo nelas. Vida, que me […]
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Não sei se sou poeta se já fui ou serei. Quem não o foi nos tempos de mocidade? Talvez eu tenha sido por muito amar, até platonicamente. O amor, quando se o sente agita todas as fibras do coração irracional, acelera o corpo inteiro, acalanta a esperança de ser amado também Não sei se já […]
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Dai-lhe, Senhor, a comida, ela é pombinha indefesa, concedei-lhe longa vida para o bem da Natureza Ela parece atrevida ao pousar juntinho à mesa de criancinha aturdida por vâ-la tao fácil presa. Oousada, a pobre avezinha de plumagem marronzinha tem a espera-la, agitado, um filhte peladimnho que, sem a mae, no seu ninho, morrerá esfomeado. […]
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A música longínqua de um piano me enche de suave nostalgia os neurônios cerebrais. reavivando-me na memória tempos de felicidade… Desperta-me também o sentimento de solidão, o que eu crera se apossasse de mim jamais! No entanto, ei-lo invasor da minha privacidade na forma de túnel esvaziado de todas as presenças mais amadas e tão […]
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Lerdo, o carro de boi sempre avança, não para ainda que se perca, ao acaso, pelos íngremes caminhos por onde passa, muito de sua carga E não descansa! Até que finalmente alcança o fim de sua viagem… É que, apesar das estradas tortuosas que tem para vencer encontra forças sobrenaturais na paciência e na perseverança. Marília, 1992
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Nem tudo o que se perde é prejuízo, às vezes vira lucro no futuro, ponderar certas perdas é preciso para não mergulhar num mundo escuro. Nada melhor que ter nas mãos o leme do barco da existência atribulada, quem é determinado jamais treme diante de uma perda inesperada. Não deves te abarter por um fracasso […]
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Quando vejo o rio Batalha deslizando sobre a calha de areia e pedras limbosas sinto falta das frondosas vegetações ciliares que o protegiam seguras desde o solo até as alturas. Raso o vejo assim tão feio, sem futuro? Então pranteio o seu formoso passado agora nisso restado para desgraça da vida que produzia riqueza pela […]
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Ora, gente, não se queixe se hoje está moribundo o nosso rio do Peixe que já foi largo e profundo. Essas águas serpenteavam entre margens verdejantes, de seu bojo saltitavam vidas várias, flamejantes Lambaris, bagres, pintados, piaus, curimbas, pacus, os reis dos rios, os dourados, piaparas, piauçus e o que mais pensar de peixe se […]
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Por mais que pirilampeje voando de um lado a outro o pirilampo não acha florestas virgens e densas onde possa pirilampejar despreocupadamente sem correr o grave risco de virar brinquedo vivo nas mãos de alguns desalmados. 1983
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No final de minha rua um sol de magno aspecto (de um metro e meio, no mínimo, de calculado diâmetro) deitou-se no hoizonte tingindo o céu de escarlate pouco antes de enterrar-se envolto no eu da noite. Era um sol não inventado, tão presente e verdadeiro que nunca pude apagá-lo da retina de meus olhos. […]
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Eu sou produto do meio, ele é o produto de mim. O meio e eu somos um num troca-troca sem fim. O que lhe dou me devolve em atitude afim. Eu sou produto do meio, ele é o produto de mim Nesse circulo vicioso que jamais tera um fim, eu seu produto do meio, ele […]
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Todos pedem, vou pedir ao santo casamenteiro que, se puder me ouvir, não me deixe mais solteiro. Que me arrume rapidinho uma perfeita parceira para aquecer o meu ninho carente de companheira Se ele me escutar no meu pedido de amor prometo-lhe incendiar Como paga do favor uma fogueira sem par yodinha em seu louvor. […]
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Quem perdoa de verdade De coração é que o faz: Esquece qualquer maldade, segue em frente, vive em paz. *** Um bom livro não resisto, mas tem um que me seduz, que me leva junto ao Cristo coberto de plena luz. *** Se a consciência te dói por um mal feito atrevido pede a Deus […]
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Não sei de onde venho nem para onde vou. Vasculho o subconsciente sem achar resposta. Os caminhos são vários: dispersos, me confundem; as encruzilhadas tantas que se entrelaçam como meus cabelos revoltos ao vento da noite. Não há escolha a decidir rumos sob um céu sem estrelas. Caminhar sobre cinzas queima meus pés titubiantes. Temerário […]
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No sopro do vento um anjo sussurra palavras de amor. Os gnomos travessos festejam dançando as bodas dos astros. A lua chegando se espelha no lago vestida de noiva já prenhe de luz. Na alma do poeta a vida é um sonho de rara beleza que se eterniza. 19 de novembro de 2003
Arte & Lazer
Vou falar de borboletas, dessas flores voadoras, irrequietas, policrômicas, que visitam nossos vales, nossos prados, nossos montes, nossos jardins requintados, nossos quintais pobrezinhos onde brotam margaridas espontaneamente belas. Ei-las que vão volitando. Vou falar dessas graciosas invenções da natureza que desenham geometria de várias formas no ar com suas asas aladas como se pétalas fossem. […]