São Paulo - O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) lança em São Paulo modelo de fiscalização de plantio com drones para mapeamento. A apresentação mostrou controle em lavouras de cana-de-açúcar geneticamente modificada, que ainda não tem autorização para comércio
A intenção é utilizar cada vez mais essa ferramenta nas fiscalizações em 2025. A Superintendência de Agricultura e Pecuária em São Paulo (SFA-SP), que representa o Mapa no Estado, receberá em breve mais duas aeronaves não tripuladas de última geração, adquiridas pelo ministério.
Uma delas possui um sensor termal, tecnologia que permite detectar variações de temperatura e visualizar o calor emitido pelos objetos.
Essa aeronave poderá ser utilizada em operações noturnas ou em condições de baixa visibilidade.
A fiscalização torna o trabalho mais ágil e reduz a exposição dos servidores a condições adversas – a campo, além de minimizar os deslocamentos.
Medições com detalhes
Os dados e imagens permitem realizar medições, comparando o que está no campo com os dados apresentados pela empresa sob fiscalização. Enquanto um servidor verifica a parte documental, outro comanda os voos.
Todos os ensaios com Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) têm regulamentação especial e critérios minuciosos. È preciso respeitar as medidas de biossegurança.
A imagem em alta resolução permite calcular o tamanho e a quantidade de plantas no local. Antes do uso da tecnologia, o fiscal teria que medir manualmente a área e marcar os pontos de latitude e longitude, entre outras informações.
Três servidores acompanharam a primeira operação em São Paulo, que aconteceu na região de Campinas.
Tecnologia com controle
A chefe da regional do Mapa, Patricia Schober, considera importante incorporar às ações do ministério as tecnologias que contribuam para embasar tecnicamente o trabalho dos auditores fiscais.
“O uso de drones na fiscalização de OGM torna a ação mais ágil e eficaz, além de permitir registros importantes para esse tipo de fiscalização. Como o Mapa no Estado de São Paulo tem um especialista no assunto e os equipamentos disponíveis, seria um erro não incorporar a tecnologia a esse tipo de ação”, disse ela.
O ministério capacitou servidores do Estado de São Paulo para utilizarem drones em suas atividades. O conteúdo do treinamento incluiu desde a legislação até a parte prática de voo, obtenção e processamento das imagens.
Todos os voos, mesmo em uma fiscalização, tiveram autorização pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), responsável pelo controle do espaço aéreo no Brasil.
A aeronave também tem cadastro junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o que é fundamental para que os dados tenham uso legal.