Um pesquisa de professores da Universidade Zumbi dos Palmares (SP) tomou a forma de livro. O estudo retrata o ” Caso Beto “, sobre a morte de João Alberto Freitas em novembro de 2020 no estacionamento do Carrefour , em Porto Alegre (RS). O crime ocorreu na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra e teve repercussão no país e no exterior.
Caso Carrefour, Segurança Privada e Racismo: Lições e Aprendizados será lançado hoje (29) pela Fenavist (Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores). Segundo a Veja, os autores sofreram ameaças de processo da rede de supermercados.
Em e-mail direcionado à reitoria da universidade, o gerente jurídico do grupo, Danilo Bonadio Bonfim, afirma que a obra “contém graves imprecisões e equívocos” e diz que o trabalho tem “informações em desarmonia com a veracidade dos fatos e afirmações que não refletem o posicionamento do Grupo Carrefour frente ao episódio”.
“O Grupo Carrefour, com o lançamento do livro como se encontra, se reserva no direito de buscar a responsabilização criminal de todos os envolvidos, bem como adotar as medidas cíveis e inclusive reparatórias por todos os prejuízos que venham a ser causados”, conclui o diretor do Carrefour no e-mail obtido pela revista. Procurado pela reportagem de VEJA, o Grupo Carrefour ainda não se manifestou sobre o caso.
Ainda esse mês, a rede de mercados Carrefour informou ter avançando nas negociações de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no valor de R$ 120 milhões. O pagamento é referente à celebração de acordos com autoridades e associações civis motivadas pelo assassinato de João Alberto.