Economia

Banco central quer reunir dados bancários em nova rede social

Banco central quer reunir dados bancários em nova rede social


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“Os dados produzidos são um ativo muito valioso, difícil de ser mensurado. Geram receita e não pagam imposto. Qual vai ser a intermediação financeira do futuro? Por qual canal? As pessoas vão entrar no banco via mídia social ? Vão virar um canal só?”. O questionamento é do Presidente do Banco Central ( BC ), Roberto Campos Neto , em um seminário da Folha de S. Paulo sobre open banking desta segunda-feira (28). 

Para o titular do BC, o mercado financeiro ainda tenta prever como será a intermediação monetária do futuro. Uma das possibilidades é a de acessar seu banco por meio das redes sociais ou que ocorra a fusão desses canais.


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Ele também destacou a entrada das empresas de redes sociais e de tecnologia na área das finanças. “No Brasil temos o WhatsApp Pay e em outros países vemos movimentos parecidos. Há uma disputa no mercado de dados”, disse. 

Para Campos Neto , um novo sistema deverá, necessariamente, garantir a proteção e autonomia dos usuários e seus dados:”

Uma outra discussão é sobre como monetizar os dados, gerar dinheiro. A informação é muito relevante, grande parte do negócio é o quanto eu conheço meu cliente. Se eu conheço [o consumidor], posso oferecer produtos melhores, sob medida. Além disso, conheço o risco, posso apreciar melhor. Isso vai fazer com que os preços dos produtos caiam”

Ainda assim, a redução nos juros e tarifas não serão instantâneas, opina. “Tenho certeza que vamos continuar nesse movimento de queda da concentração e redução do spread [diferença entre a taxa de captação dos bancos e o que eles cobram em empréstimos]. O open banking em si tem um efeito mais a longo prazo. Em outros países mais avançados no novo sistema há frustração porque o custo não caiu tão rápido, mas vemos novos modelos de negócio”, disse.