Planejamento, gastar para investir e evitar ao máximo endividamento só para ajudar amigos e familiares. Estas são as três regras básicas do economista e professor iuniversitário Eduardo Rino para um público em grande evolução no sistema financeiro: aposentados ou servidores públicos no crédito consignado. As financeiras e bancos abrem cada vez mais linhas e portas de atendimento a este público, que não tem como atrasar parcelas, elas vê,m descontadas nos salários e pensões.
Por essa garantia, é uma fatia do mercado com algumas das melhores taxas. O resultado é um grande número de usuários que emprestam e renovam empréstimos empurrando as prestações. As taxas para os empréstimos consignados variam atualmente entre 1,7% a 2,3%. No cheque especial ou cartão crédito comum, as taxas explodem a 10% ou 12% ao mês.
Outra vantagem é prazo. Em setembro ele foi ampliado a 72 meses – seis anos – de parcelas. Muitos aposentados podem não ver o final do carnê.
“É recomendável que se faça uso do empréstimo consignado em casos de necessidades pessoais ou para uma reforma ou ampliação da residência, mas tudo muito planejado, para não comprometer o rendimento mensal. E nunca para socorrer parentes”, explica Rino.
O economista também afirma que com a inflação em alta, vale a pena economizar para comprar um bem durável, como uma geladeira, por exemplo. “A não ser que o eletrodoméstico que você usa quebrou e essa compra seja uma necessidade urgente”, disse o economista.
“A operação é muito segura para quem precisa daquele dinheiro na hora. O INSS é muito correto e busca proteger o cliente ao não permitir que ele ultrapasse a margem de 30% os seus rendimentos para as parcelas”, afirmou Paulo Belém, representante d euma das financeiras na cidade. Ele diz que em 80% dos casos os clientes optam pelo pagamento com prazos maiores.
Cândido Rodrigues, cliente de consignados desde 98
O aposentado Cândido Rodrigues, 65, que desde 1998 vem realizando operações do tipo. “Nunca acaba. Quando você está na metade, você vem e renova as parcelas. Até pela facilidade que é para ser feito e ter o dinheiro. Eu estou pegando um novo empréstimo agora porque estou fazendo uma construção em casa”, disse ele que já utilizou outro empréstimo para a compra de um veículo.
O aposentado lembra ainda que há facilidades para os consumidores, como até mesmo com ‘nome sujo’ e restrito para operações financeiras, o INSS permitir que seja feito o empréstimo consignado.
Mas sele abe que os credores também levam vantagens. “O banco não perde nunca. Ele sabe que todo mês aquela parcela vai sair do salário da pessoa, com isso ele empresta de olhos fechados”, disse Rodrigues.
Neide saiu satisfeita com empréstimo
A pensionista e servidora pública municipal, Neide Pereira, 50, também se disse satisfeita com o empréstimo consignado que fez para comprar um automóvel e voltou a fazê-lo para a reforma da cozinha de sua casa. “As prestações cabem no bolso e consegui pagar sem sustos. É demorado, pois optei por um longo prazo, mas estou satisfeita. Valeu a pena”, disse ela.
No caso da pessoa tomar emprestado R$ 1000 para pagamento em 12 parcelas, cada parcela sairá por R$ 97,63, com custo total de R$ 1171,56.