Comerciários em todo o país celebram hoje o seu dia e o segundo ano em que o setor foi reconhecido por lei como atividade profissional. E a comemoração tem motivos. A categoria cresce, volta a atrair interessados em fazer carreira e tem perspectivas de negócios mesmo com toda a evolução do comércio virtual. Além dos momentos de queda nas vendas, das dificuldades profissionais e pessoais, o comerciário vai lutando e achando seu espaço na disputa contra a internet.
Um dos motivos é a evolução dos centros de compras. Outro é mais antigo: a possibilidade de um bom atendimento. “O comerciário é um relações públicas da loja. Hoje dá para comprar muita coisa pela internet, mas são cada vez mais comuns os problemas nestas compras, que nunca vão poder oferecer o que o comerciário oferece: o sorriso, a orientação, o auxílio na hora da escolha, a apresentação dos produtos”, disse o presidente do Sindicato dos Comerciários, Mário Herrera.
Para o sindicalista, enquanto houver clientes que valorizam o atendimento e empresas que invistam em qualidade, a categoria segue e “vai seguir sempre”. Uma prova seria crescente número de trabalhadores que voltam a buscar o setor para fazer carreira.
Até os anos 70 era comum começar a vida profissional e pensar em carreira dentro de lojas e redes comerciais. Profissionais que começaram como ajudantes buscavam chegar a gerentes ou administradores de lojas e redes.
A evolução do setor de serviços, especialmente nos bancos, mudou um pouco a história e o comércio passou a ser apenas porta de entrada na vida profissional, um caminho até ir para outro setor. Os últimos acordos salariais, a evolução em serviços oferecidos nas diferentes instâncias e instituições de atendimento ao comércio – como Sindicatos, Sesc e Senac – tornaram, a carreira atrativa novamente.
“Já existem profissionais que entram e não trocam mais de carreira. Ficou mais atraente e ainda tem espaço para ficar ainda melhor”, explica Herrera. Os próximos passos para a categoria são a conquista de um piso salarial nacional e a aposentadoria especial.
“O comerciário e submetido a riscos de saúde em função de postura, passa grande período do dia em pé. Diferente de outros setores, não pode atender sentado. Mesmo um caixa de supermercado, enquanto passa os produtos, não consegue fazer sentado, então há risco de saúde envolvido nisso”, explica.
Um desafio para o setor é conseguir qualificação profissional. Poucos comerciários conseguem participar de cursos, treinamentos, especialização em função dos horários de trabalho, especialmente para quem trabalha em lojas nos shopping centers. “Por isso defendemos também que o comerciário tenha jornada reduzida, sem perda salarial, para ter acesso e tempo para qualificação.”