A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes , lançou uma ofensiva junto aos senadores em busca de apoio à medida provisória (MP) que permite a privatização da Eletrobras . A MP deve ser votada nesta quarta-feira pelo Senado , mas ainda não há acordo quanto ao conteúdo do texto.
Sem acordo, segundo uma fonte ligada ao processo, o resultado será disputado voto a voto. A proposta precisa ser votada até o dia 22, próxima terça-feira, para não perder a validade. Mas a determinação para a contratação de termelétricas determinada pelo texto aprovado na Câmara criaram resistências à medida no Senado.
Em mensagem disparada a senadores, a qual o GLOBO teve acesso, a equipe de Guedes diz que algumas informações e números divulgados sobre a MP estão incorretos, “distorcem o debate no Senado” e podem levar vários senadores “a conclusões erradas sobre o tema”.
A equipe do ministro diz que a Eletrobras pública é “ineficiente, sem capacidade de investimento e que, além de tudo, distorce o mercado de energia brasileiro, dando espaço para que pessoas sem caráter deitem e rolem na empresa no futuro, como infelizmente já foi feito no passado”.
O ponto mais criticado é a determinação de contratação de 6 mil megawatts (MW) de energia gerada por termelétricas a gás natural nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Críticos da medida dizem que ela irá gerar um custo de R$ 40 bilhões aos consumidores.
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Na mensagem, os técnicos do Ministério da Economia dizem que a medida terá mais benefícios que custos. Afirmam que não haverá aumento na conta de luz porque o país já paga R$ 12 bilhões por ano para 2 mil MW de térmicas a óleo. Ou seja, na visão do governo, será possível gerar o triplo da energia pelo mesmo preço.
Os técnicos da equipe de Guedes dizem que isso será fundamental para recuperar os reservatórios das hidrelétricas e que “o lobby contra as térmicas foi justamente o que nos trouxe a essa situação de potencial racionamento”.
Outro ponto polêmico trazido pela Câmara é a determinação de contratar 2 mil MW de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). O governo defende a medida como uma forma de gerar uma energia de maneira permanente e diz haver projetos no país para suportar a determinação.
Por último, defendem a destinação do lucro de Itaipu (a partir de 2023) para abater encargos na conta de luz. Esse lucro será possível após o fim da amortização do financiamento de construção da usina.
Os trabalhadores da Eletrobras
Como representante dos trabalhadores, a Associação de Empregados da Eletrobras (Aeel) protocolou uma denúncia pedindo a derrubada da MP, alegando inconstitucinalidade. A denúnica é direcionada aos ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes.