Pressionados pela repercussão negativa sobre a ameaça de saída da Federação Nacional de Bancos (Febraban), o presidente do Banco do Brasil, Fausto Ribeiro, passou a buscar uma saída honrosa para contornar o impasse, que envolve também a Caixa.
Na segunda-feira, ele conversou com executivos dos maiores bancos privados na tentativa de demover a Febraban a assinar o manifesto organizado pela Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), em defesa da harmonia entre os Poderes.
A divulgação do manifesto estava prevista para esta semana, mas foi adiada para depois do feriado de 7 de setembro, após a intervenção do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). A adesão da Febraban ao manifesto provocou a ira do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, que buscou apoio de Ribeiro.
A saída honrosa tem como argumento que todos perderão se a Febraban insistir na ideia. Caso Caixa e BB se desfiliem, o orçamento da entidade ficará prejudicado pela queda na arrecadação com a taxa de associação de 22,5%.
Além disso, não interessaria aos grandes bancos enfraqueceram a Febraban, no momento em que precisam unir forças para enfrentar a concorrência com Fintechs e meios de pagamento cada vez mais modernos.
Você viu?
Caso as negociações avancem, o BB deve se manter como associado da Febraban e possivelmente, a Caixa também, disse uma fonte a par do assunto. O Banco da Amazônia (Basa) e Banco do Nordeste (BNB) também são filiados e não cogitam deixar a Febraban.
Na noite de segunda-feira, Ribeiro organizou uma reunião por vídeo conferência com representantes dos grandes bancos privados e com o presidente da Caixa na tentativa de acalmar os ânimos.
Segundo interlocutores à par das negociações, os banqueiros se mostraram desconfortáveis com a situação e atribuíram o problema a falhas de comunicação entre a Febraban e os bancos, que teriam ocorrido de forma individualizada.
A avaliação é de que a minuta do manifesto é inofensiva ao governo. Contudo, o plano é não deixar o problema render, segundo um interlocutor do governo.