A alta dos preços, que já é sentida no bolso do consumidor em itens da cesta básica, legumes e carnes, chegou aos lanches. Segundo uma publicação no microblog Twitter, uma rede de varejo está vendendo um pacote de Doritos de 300g a R$ 21,99 e parcela o pacotinho em 3 vezes no cartão. A publicação que já tem 4.384 compartilhamentos diz: “A situação do Brasil está tão crítica que o supermercado está até permitindo o PARCELAMENTO DE UM DORITOS (é sério, meu amigo postou no stories)”.
Os comentários no tuíte de @artevillar1 dão conta de outros preços pra lá de estratosféricos. A internauta @wwhylia publicou uma foto de caixas de morango na gôndola e tascou a seguinte legenda: “13 reais numa bandeja de morango (e nem foi em mercado “chique” tipo pão de açúcar/zona sul)”. Logo depois outra pessoa (@GabriellaEmartt) responde sobre os morangos: “No meu bairro está 15 reais”.
E outros preços surgiram na linha de respostas do Twitter. A internauta @Eori_fontelli publicou uma foto de um açougue que estava parcelando as compras em duas vezes.
Uma outra usuária (@js_mesquita) respondeu sobre o parcelamento de Doritos: “E nem assim consigo comprar…” e colocou um meme.
Em outra publicação o usuário @otafullmiga publica um vídeo que mostra uma gôndola com Nutella com alarmes antifurto. E cita: “E o cadeado na Nutella”.
De São Paulo a usuária @xykazuha posta uma foto com Doritos a R$ 28,50 e diz: “Eu moro em São Paulo, zona norte e tá assim aqui”. Mais abaixo @cafezinpreto coloca a foto do preço da batata frita Ruffles, que está custando R$ 28,99: “E a pérola aqui na minha cidade”.
O internauta @chokitodecarne mostra o preço de pimentões amarelos, que saem a R$ 22,90, e critica: “Eles chamam isso aqui de ‘oferta'”.
A alta chegou também às populares Havaianas. No Twitter @liviavelocci publica uma foto dos chinelo de Minnie sendo vendido a R$ 79,90. Em seguida critica: “Absurdo!!!!! Quase o preço da cesta básica!!!!!!!!!” e publica uma foto de uma cesta básica a R$ 97,90.
Alimentos são os vilões da inflação
Os alimentos se tornaram o principal vilão da inflação brasileira — os preços gerais da economia subiram 12,13% nos últimos 12 meses, mas a alimentação no domicílio (que exclui comida comprada em restaurantes) subiu 16,12%. No último mês, a alimentação e transportes responderam por 80% da alta geral dos preços no país.
Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 777,93), seguida por Florianópolis (R$ 772,07), Porto Alegre (R$ 768,76) e Rio de Janeiro (R$ 723,55).
Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente das demais capitais, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 548,38) e João Pessoa (R$ 567,67).
Com base na cesta mais cara do país, registrada em São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo necessário para suprir as despesas de um trabalhador e de sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de a R$ 6.535,40, ou 5,39 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.