Uma joalheira da Austrália criou uma marca, a Grave Metallum (algo como “cova de metal”, em tradução literal), e está vendendo joias com dentes de pessoas que já morreram. As informações são do jornal inglês Mirror.
Jacqui Williams, de 29 anos, dona da joalheria, conta que cria as peças com restos mortais de entes queridos dos seus clientes. Além de dentes, ela já criou joias com cinzas e cabelos de pessoas mortas. “Faço este trabalho porque quero ajudar as pessoas a lidar com a sua dor e perda, pois é algo garantido para todos os seres vivos”, diz ela ao jornal.
Jacqui admite que seu trabalho é um pouco mórbido, e conta que já trabalhou como jardineira em um cemitério. Agora, fazer joias com restos humanos é seu trabalho em tempo integral, mas alguns pedidos já foram recusados por ela.
“Eu incorporo dentes em qualquer coisa que um cliente solicite e que possa ser feito de metal. Meus pedidos mais memoráveis que me perguntaram foram usar um DIU em uma peça de joalheria, na qual recusei por ser de plástico, e transformar o invólucro da bala, da bala com que o avô de um cliente atirou em si mesmo em um pedaço de jóias”, afirma.
As peças levam de seis a oito semanas para serem criadas, e são vendidas por valores que, na conversão direta, variam entre R$ 1.200 e mais de R$ 33 mil. “Minha peça mais cara foi um anel de casamento de ouro rosa 18 quilates com o dente do marido incrustado em um halo de safiras e granadas”. A joia custou cerca de R$ 47 mil.
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“Sempre pareci ser atraída pelo lado mórbido da vida, mesmo quando criança. Definitivamente não foi apenas uma fase para mim. Meu interesse em ajudar os outros a lidar com sua dor começou quando perdi meu melhor amigo há alguns anos. A dor é sempre mais fácil de lidar quando compartilhada”, conta a joalheira.
Quando Jacqui se formou design de objetos na Melbourne Polytechnic, em 2017, ela teve dificuldades para encontrar um emprego na indústria. Então, decidiu criar sua própria marca de joias. “Atualmente, estou administrando meu negócio em tempo integral desde que deixei o cemitério em julho do ano passado”, conta.
A designer conta que as peças são desenhadas a partir da solicitação do cliente e do resto mortal oferecido a ela, e podem incluir, ainda, metais como prata e outro, e pedras preciosas, como safiras e diamantes.
“Trabalho tanto com as cinzas como com o cabelo dos falecidos, incluindo os de animais de estimação que já morreram. Eu trabalho com fundição de cera perdida, então às vezes a peça será esculpida em cera e fundida em metal precioso, e outras vezes eu irei fabricar a peça inteira à mão usando folha de metal precioso, arame e bitola de estoque. No momento, estou fazendo uma ampulheta com moldura de prata e latão, sendo a ‘areia’ as cinzas do avô do meu cliente”, explica.
A empresária conta que sua família e amigos apoiam seu trabalho mas, na itnernet, os comentários são variados. “Eu recebo todo tipo de reações diferentes, algumas pessoas amam meu trabalho, outras o odeiam, algumas têm nojo dos dentes e do trabalho ósseo. A maioria dos meus clientes me diz que usa suas peças diariamente. Eu adoro trabalhar com as pessoas individualmente para criar a peça perfeita para elas. Estou motivada por fazer peças instigantes com coisas que muitas vezes seriam descartadas ou coisas que são um tabu e para abrir uma conversa sobre o lado macabro e mórbido da vida”.