Economia

Relator do Auxílio Brasil reafirma que não vai retirar reajuste automático

Relator do Auxílio Brasil reafirma que não vai retirar reajuste automático


source

Relator da medida provisória (MP) que cria o programa Auxílio Brasil, o deputado Marcelo Aro (PP-MG), diz que vai trabalhar para manter o mecanismo de correção automática do benefício pela inflação em seu parecer, mas admite retirá-lo caso isso se torne crucial para a aprovação do texto.

“Eu quero manter e vou trabalhar para manter (a indexação) até 48 do segundo tempo. Eu só retiro do texto se eu ver que a gente não tem voto para ganhar”, afirmou.

O deputado mantém que sua posição pessoal é pela indexação do benefício à inflação, mas pondera que o relatório precisa expressar o posicionamento da maioria dos parlamentares.

“O relator tem que fazer um relatório que transpareça o sentimento da maioria da Casa. Não adianta eu apresentar um relatório que vai ser derrotado. Eu vou trabalhar para que a indexação tenha maioria. Mas se chegar aos 48 do segundo tempo e eu ver que a gente não tem maioria para aprovar, eu vou retirar”, reforçou.

O governo já se manifestou contra a indexação do benefício. Integrantes do Ministério da Economia apontam que a medida traria ainda mais rigidez ao orçamento e  o próprio ministro da Cidadania, João Roma, disse não concordar com a correção automática do benefício.

Aro diz que em relação aos demais pontos sugeridos por ele, que alteram o texto do governo, há mais chance de entendimento.

Ele destaca que a principal mudança é a proibição da formação de fila de espera para o benefício.

Leia Também

“Eu proibi fila. Isso é um avanço sem tamanho”, disse.

Essa mudança oficializa o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou o pagamento da renda básica para todos os brasileiros que se enquadrem nos critérios oficiais de pobreza.

O relator também modificou essas linhas em relação ao decreto do governo que regulamentou o Auxílio Brasil. Em sua proposta, a linha de extrema pobreza passa a ser de R$ 105 per capita e a de pobreza, R$ 210.

“Se tinha 17 milhões de beneficiários vai ter muito mais com a nova linha de pobreza”, diz o deputado.

Além dessas mudanças, Aro retirou a limitação de acúmulo de até cinco benefícios por família e incluiu uma lei de responsabilidade social dentro do texto, em que o ministro terá metas para cumprir e deverá vir a público todo ano para fazer um balanço.

O deputado ainda não protocolou o seu parecer, porque aguarda uma definição da própria bancada. O texto só deve ser analisado em plenário após essa publicação.