Se o Senado pautar a votação da privatização da Eletrobras , os mais de 12 mil trabalhadores da empresa entrarão em greve geral por 72 horas. Esta é a promessa do sindicato dos funcionários da estatal da eletricidade , que não prevê impacto na geração de energia no país, mas poderia atrapalhar atividades de manutenção e elevar riscos para o sistema.
A paralisação é contra os planos do governo Jair Bolsonaro (sem partido) de desestatizar a companhia. A medida provisória (MP) que viabiliza a operação foi aprovada pela Câmara dos Deputados em 20 de maio e agora precisa ser votada pelos senadores até 22 de junho para não perder a validade.
“Nós já deliberamos em assembleia, em todas as bases, por uma greve de 72 horas… caso o Congresso, o Senado Federal, coloque em pauta a MP 1031 na próxima semana”, afirmou o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia do Rio de Janeiro e Região (Sintergia-RJ), Emanuel Mendes Torres, à Reuters.
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O relator da MP sobre a privatização no Senado, Marcos Rogério (DEM-RO), disse que o tema deve ir para discussão e votação na próxima semana.
“Se botar (na pauta do Senado) na terça, a gente declara a greve, porque já foi deliberada”, disse Torres.
“A princípio, uma greve dessas não afeta o sistema. Mas a gente sabe que, num sistema tão complexo e gigantesco como a Eletrobras… basicamente, quando você não troca o turno e não deixa o pessoal sair para fazer manutenção, é sempre um risco para o sistema”, disse.
O sindicalista também promete uma manifestação em frente à sede da estatal, no Rio de Janeiro, para a próxima sexta-feira (18), quando se comemoram os 59 anos de criação da companhia.
A Eletrobras é responsável por cerca de um terço da capacidade de geração de energia no Brasil e metade das instalações de transmissão.