Esportes

Atletas com Deficiência brilham e Natação de Marília faz bonito nos Jogos Abertos

Atletas com Deficiência brilham e Natação de Marília faz bonito nos Jogos Abertos

A equipe de natação ACD (atletas com deficiência) de Marília deu um show na sua estreia nas piscinas do Yara Clube, que recebeu a modalidade nos Jogos Abertos do Interior na terça-feira, sétimo dia dos jogos. Nos 100 metros livres, as atletas da cidade ganharam 25 medalhas – 15 de ouro, 6 de prata e 4 de bronze. Na classificação final, a equipe feminina ficou com o segundo lugar. No masculino foram 3 medalhas: uma de prata e 2 de bronze.  

“A modalidade vem conquistando cada vez mais espaço no evento. Eu acho que os Jogos são interessantes porque atraem grandes cidades, muitas pessoas e isso é muito bom porque gera esperança e superação para os atletas. A cada medalha e história contada a gente aprende mais. É muito bom”, ressalta Nathaly Santos, 15 anos, que disputou os 100 metros livres na categoria S9.

A colega de equipe Jhenifer Christian Azevedo, 22 anos, que competiu os 100 metros livres na categoria S13, afirma que participar dos Abertos é sempre uma satisfação e, classificar com um bom resultado “é ainda mais prazeroso”.

Para o técnico Celso Parolisi Filho, que também coordena a Associação Mariliense de Esportes Inclusivos (AMEI), onde são formados e treinados a maioria dos atletas, foi um momento grandioso. “É sempre muito bom vencer em casa. Estamos satisfeitos com o resultado”.

Caminho sem volta

Formado em Educação Física, Celso trabalhou como professor na APAE de 1992 a 2002. Logo em seguida, já aposentado, fundou em março do mesmo ano a Associação Mariliense de Esportes Inclusivos (AMEI), para continuar a atender alunos da APAE e da rede pública de ensino, com deficiência ou não.

“Aos 15 anos, quando me perguntavam o que eu ia fazer da vida, dizia que só não trabalharia com pessoas com deficiência. Isso porque no meu tempo, elas viviam presas em suas casas, escondidas. Eram outros tempos e eu tinha receio”, conta Celso.

Então, a vida pregou uma peça no professor, que conheceu o universo PCD e se apaixonou. “Foi quando decidi trabalhar com isso e mostrar às pessoas que todos temos potencial e merecemos respeito. Hoje, o mundo está mais inclusivo, mas ainda existe preconceito. Estou aqui para quebrá-los, assim como aconteceu comigo”.

Além dele, seus dois filhos também trabalham pela causa: um na área esportiva e outro como professor de música na APAE. “Acho que está no sangue. Começou comigo e se estendeu a eles. É minha missão. Amo o que faço. Todos os dias meus atletas me mostram que podemos superar nossos limites”. 

Atualmente a AMEI atende em torno de 150 pessoas e conta com uma equipe de sete instrutores.