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Cláudio, revelação de projeto social de beisebol em Marília, vai jogar no Red Sox, EUA

Cláudio Pereira durante treinamento: ‘esporte mudou a vida” – Arquivo pessoal
Cláudio Pereira durante treinamento: ‘esporte mudou a vida” – Arquivo pessoal

Cláudio Pereira, 15 anos, um menino do bairro Jânio Quadros, na zona norte de Marília, revelação em um projeto social de beisebol na cidade, acaba de fechar compromisso com o Boston Red Sox, dos Estados Unidos.

Atleta do Nikkey Marília, Cláudio entra pela porta da frente na elite do beisebol mundial. O Red Sox Boston foi um dos oito fundadores da Liga Americana e tem o mais antigo estádio em operação, o Fenway Park, de 1912.

O contrato prevê início das atividades em 2026, quando ele vai completar 18 anos. Antes dos 16 ele não pode nem assinar o termo ou frequentar atividades.

Mas já está sob coordenação do clube, que vai definir calendários, campeonatos e atividades de treinamento. “Tenho que ganhar peso e ganhar milhas”, contou o atleta.

Foi descoberto por um agente quando participava de atividades no CT de Ibiúna, onde treina a equipe da Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol.

Recebeu convite para um torneio nos Estados Unidos. Foi muito bem e recebeu convite para mais dois, na República Dominicana. Participou de um, mas após o contrato com o Red Sox talvez já não esteja no segundo.

Começou a treinar aos oito anos quando o Nikkey apresentou o projeto social à escola Cecília Alves Guelpa, que ele frequentava. Às terças e quintas o menino ia à sede campestre do Nikkey.

“Um dia o Makoto (Makoto Arimoto, diretor de Beisebol), do Nikkey, ligou pedindo que eu levasse aos sábados para treinamento porque ele mostrou bom postura e desenvolveu bem no esporte”, conta a mãe, Renata Fabiana Pereira.

Ela, o pai – Samuel – e o irmão, Vitor, 20 anos, apoiam muito o menino. Vitor, aliás, acompanhava as idades ao treino debaixo de sol ou chuva.

Mas o começo foi complicado: Cláudio chorava todos os dias de treino por ficar longe da família. Muita conversa com a mãe, apoio no clube e doses de disciplina ajudaram a seguir. Valeu a pena.

“Acho que o esporte mudou muito minha vida e acho que vai mudar a vida da minha família também”, disse o jovem.

Renata diz que o filho mostrou muita dedicação e superou desafios pelo esporte. “Ele sempre foi um menino muito bom, eu sempre fui uma mãe rigorosa. A gente mora em um bairro que não é chique, que tem problemas de situações violentas, que muitas crianças brincam na rua e eu sempre disse a ele: a rua não vai dar futuro, o esporte vai te ajudar.”

Começaram a surgir os troféus – o primeiro foi em um torneio da primavera, no Nikkey, quando ele foi eleito o melhor terceira base -.

Também começaram as viagens e vitórias fora, como conquista sobre a equipe de Bastos, em torneio no Paraná. “Foi uma vitória lindíssima.” Virou arremessador e ganhou atração

[“A carreira no exterior vai demorar um pouco para acontecer. este ano ele vai ficar no CT no Brasil, mas vai ter muita viagem”, explica a mãe.

Ela agradeceu muito à direção, equipe, colegas de equipes do Nikkey e em especial ao técnico Juan Muniz.

“O Cláudio vai porque é o sonho dele e se tornou o meu sonho também. A gente move céus e terra para ele conseguir. Quem sabe depois a gente acaba indo também.”