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DESCASO – Atletas adolescentes despejadas em jogos regionais

DESCASO – Atletas adolescentes despejadas em jogos regionais

Mais uma modalidade, a terceira, registra queixas de descaso e desrespeito com atletas que representam o nome e a imagem da cidade em jogos regionais. Desta vez, adolescentes da equipe feminina de vôlei, estão no olho do furacão: foram despejadas de alojamentos duas vezes e acomodadas em escola sem estrutura adequada de recepção de atletas em Pirassununga (300 km de Marília) onde participaram dos Jogos Abertos da Juventude. Pior. Suas famílias reclamam falta de informação e péssimo atendimento na cidade.

As meninas acompanham comitiva do vôlei que viajou em ônibus para os jogos de quadra e vôlei de areia. Muitas das atletas são menores de idades e viajam todas sem acompanhantes da família para ficar em alojamentos indicados pela organização e pela Secretaria Municipal de esportes.

A equipe de vôlei de quadra de Marília acabou desclassificada, mas precisou ficar em Pirassununga, onde os jogos são disputados, para aguarda a equipe de vôlei de areia. Além disso, algumas atletas são reserva na outra modalidade.

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Mas as meninas foram surpreendidas pela informação de que deveriam deixar o alojamento que ocupavam. Não tinha transporte para voltar, indicação de novo alojamento, informações e nem equipes de suporte. As mães, em contatos por telefone ou pessoalmente em Marília, passaram a pressionar por uma solução.

Segundo uma delas, que tem filha de 17 anos na equipe, um novo alojamento foi encontrado. Mas assim que chegaram as meninas receberam ordens para sair. Ficaram na calçada com toda a carga: roupas, uniformes, colchões, cobertores, material de higiene pessoal e malas.

“Minha filha ligou chorando. Tentei falar na secretaria e o funcionário foi muito mal educado, disse que estava tudo certo. Nem sabia que o segundo alojamento já tinha dado errado”, disse uma das mães em contato com o Giro Marília.

Segundo ela, outra mãe teria ouvido que a secretaria iria “mandar uma Kombi qualquer” para buscar as meninas. “Não coube direito nem no ônibus, como mandar uma Kombi? E o vôlei de areia não jogou. Vão fazer o que? Abandonar? Nem podem jogar mais no próximo ano”, destacou a mulher, de 40 anos.

Segundo a mãe, a escola onde as meninas foram acomodadas não tem estrutura de segurança e nem de cozinha ou equipes para preparar alimentos. As jogadoras tentavam uma alternativa para comprar comida com apoio da comissão técnica.

“Eles são responsáveis, elas são menores, estão fora de casa. Parece que esse pessoal não sabe do que está falando”, critica a mãe.

HISTÓRICO

Antes do vôlei, participação de Marília em competições regionais já envolveram queixas da equipe de basquete, que acusa descaso, e dos atletas de judô, que mesmo campeões no ano passado acabaram afastados da equipe para contratação de outros atletas de fora de Marília.