O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, renunciou nesta quinta-feira ao cargo que ocupava no Comitê Executivo da Fifa como membro da Conmebol. Investigado pela CPI do Futebol no país e sob forte suspeita d einvestigação internacional no escândalo da Fifa, Del Nero já não cumpria agenda da organização fora do país há alguns meses. A vaga segue com o Brasil e quem vai assumir é o cartola Fernando Sarney que é filho do ex-presidente e ex-senador José Sarney e um dos vice-presidentes da CBF.
Apesar do anúncio hoje, a saída de Del Nero só será oficializada em dezembro, durante uma reunião da Fifa, em Zurique. Del Nero argumentou que está “impossibilitado de viajar e cumprir os seus compromissos por causa da CPI do Futebol”.
Desde que os dirigentes da Fifa foram presos em maio, entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin, Del Nero tem evitado deixar o Brasil. O cartola não viaja mais para os compromissos ligados à CBF e até mesmo à Conmebol.
O presidente não esteve em nenhuma das partidas do Brasil na Copa América, no Chile, nos amistosos nos Estados Unidos, nem nos jogos das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018.
O presidente da CPI do Futebol, senador Romário, representado pela Advocacia Geral do Senado, pode pedir a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico da modelo e apresentadora Carolina Galan, ex-namorada de Del Nero.
Há a suspeita de que Carolina tenha sido usada como intermediária em transações em benefício de Marco Polo, e a comissão pretende investigar se algumas doações feitas a ela tiveram como finalidade trazer alguma vantagem ilícita ao presidente da CBF.
Os depósitos bancários datam de 2013 até 2014, quando os valores repassados para Carolina atingiram a soma de R$ 1,1 milhão. À época, esta quantia correspondia a aproximadamente 20% dos rendimentos de Del Nero.