Um desencontro de informações entre a empresa LaMia e as autoridades bolivianas e colombianas pode estar por trás das razões que provocaram o acidente com o voo que levava a delegação da Chapecoense na última terça-feira.
O secretário de segurança aérea da Colômbia, Freddy Bonilla, afirmou ao jornal El Tiempo que o plano de voo enviado pela empresa LaMia para a agência colombiana era diferente do apresentado pela companhia aérea à Agência Nacional de Aviação da Bolívia (Aasana).
A diferença entre os dois planos pode explicar a queda por pane seca – falta de combustível – que provocou morte de 71 pessoas, incluindo quase toda a delegação do Chapecoense, além de 21 jornalistas em uma tragédia de comoção internacional
Na entrevista, o coronel Bonilla diz que a autorização de saída, chancelada por autoridades bolivianas, previa saída de Cobija, a 2065km de Medellín. O avião tem autonomia para aproximadamente 3.000 km.
Mas o voo saiu de Santa Cruz de la Sierra, a cerca de 3000km de Medellín, no limite da capacidade do avião. A autonomia foi ainda mais comprometida por fatores externos: chuva com ventos fortes e uma espera de alguns minutos para um pouso com prioridade.
Segundo normas de aviação, a aeronave deveria ter combustível suficiente para pelo menos mais 30 minutos de voo e para chegar até uma opção B de aeroporto, no caso, Bogotá. A LaMia teve todas as atividades suspensas.