Diga eu povo que eu fui. O presidente do MAC (Marília Atlético Clube), Ednaldo de Souza Costa, renunciou ao comando da equipe nesta terça-feira em mais um capítulo escabroso da crise que acompanha o clube nos últimos dois anos.
A renúncia provocou ameaça à participação do MAC na Copa São Paulo de Futebol JR, que será disputada em janeiro e terá Marília como uma das sedes.
O prazo para inscrição dos atletas, que é assinada pelo presidente, acabaria hoje. Ednaldo não assinou. O vice-presidente, Antonio Carlos de Souza Vieira, o Sojinha, está fora de Marília, contratado pelo Audax de Osasco.
A empresa FRC Sports, gestora do clube, divulgou há pouco que já conseguiu na Federação Paulista de Futebol uma prorrogação de prazo e um compromisso de Sojinha em assinar a documentação. “A Copa São Paulo irá acontecer em Marília. A FPF nos deu prazo até esta quarta-feira, vamos correr e vai dar tempo”, revelou a empresa em mensagem a jornalistas.
Além de deixar nova crise, Ednaldo saiu atirando, segundo pessoas próximas que tiveram contato com ele após a renúncia. Disse aos amigos que saiu por problemas de saúde e falta de alguns “compromissos” – leia-se pagamentos – que teriam sido assumidos pela gestora.
“Meu salário estava atrasado há dois meses e a gota d’água foi que me depositaram apenas R$ 850,00.” A empresa teria descontado dele taxas pagas por dívidas do Marília. O ex-presidente também acusou a gestora de superlotar alojamento do time Júnior – cabem 30, haveria 41 atletas no espaço -.
A expectativa é que após a solução da inscrição para Copa São Paulo Sojinha renuncie ao cargo. Caso essa situação se confirme, o Conselho Deliberativo deve convocar novas eleições.
Ednaldo Souza iniciou o mandato em janeiro de 2012 com previsão de novas eleições em 31 de dezembro deste ano. Neste período dirigiu o MAC em campanhas vitoriosas, que levaram o clube de volta à elite do Paulistão em 2015, e fracassos monumentais, como a pior campanha da histpória do campeonato naquele ano.
Antes do racha com a atual gestora, também enfrentou dificuldades no relacionamento com a Sprimg Sports, que geriu o clube até fevereiro do ano passado. Enterrado em dívidas, sem grande estrelas e com péssimo desempenho em campo o time afastou patrocinadores e a gestão tornou-se administração permanente de crises. Em junho deste ano o clube assinou a parceria com a nova gestora.