Já devo ter mencionado em outras crônicas minhas sobre tal fato ocorridos há exatos 35 anos atrás. A história é cíclica e, portanto, sempre se repete, mas essa em especial, nunca se repetiu até agora e dificilmente irá acontecer novamente. A fatídica tragédia do Sarriá na Espanha com a eliminação da seleção brasileira de futebol para os italianos do Paolo Rossi por 3 x 2.
Era muito novo, tinha apenas sete anos na época e confesso que durante o jogo eu estava brincando de bola e só prestei atenção mesmo na questão em si, após o apito final do árbitro. A dor era imensa em todos os parentes que assistiam aquele momento. Aquela seleção era a que apresentava o melhor futebol de todos os tempos, melhor até que a seleção de 1970 com Pelé e companhia. A dor não era pela eliminação, mas sim porque todos os amantes do futebol sabiam que um time, seja seleção ou clube, jamais iria apresentar um futebol tão fantástico como aquele.
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Passados 35 anos, o futebol e o país mudaram muito. Tivemos as Diretas Já, muitas crises econômicas, processos de impeachment e crises políticas entre outras coisas só falando do Brasil. No futebol, grandes times como o Palmeiras de 1994 com o ataque dos 100 gols, os títulos mundiais do São Paulo. A libertadores e o mundial do Corinthians em 2012, mas nada nem próximo do que jogava aquele time de 1982 com Zico, Sócrates, Oscar, Falcão, Cerezo…O Brasil precisa apenas empatar, mas por jogar tão bonito e para frente acabou perdendo. Ali, a máxima do que o futebol não justo, ou seja, o melhor nem sempre vence, ficou comprovada como verdadeira.
A vida como o futebol é injusta para alguns e não para muitos. Aqueles que fazem e são pessoas do bem, recebem o bem. Porém, aquele episódio ficou marcado como um castigo dos deuses do futebol para aqueles que não mereciam. Quis o destino que o bem e o melhor fosse vencido pelo mais ruim. O dia 5 de julho de 1982, entrou para a história como aqueles infelizes dias em que o mau vence o bem.
