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MAC ameaça processar CBF por ‘calote’ em cota da Copa do Brasil

MAC ameaça processar CBF por ‘calote’ em cota da Copa do Brasil

Quase três meses depois de uma peregrinação de mais de dois mil quilômetros de ônibus por três estados para sua participação inédita na Copa do Brasil, o Marília Atlético Clube (MAC) ainda faz as contas dos prejuízos.

Não bastasse ter voltado pra casa com surto de Covid-19 que atingiu 27 pessoas, entre jogadores, dirigentes e membros da comissão técnica, o Marília ainda não recebeu nenhum centavo de sua cota de R$ 560 mil.

A informação é do vice-presidente do clube, Alysson Alex Souza e Silva. Em entrevista ao Programa ‘Com a Bola Toda’, da TV Marília, canal 4, ele ameaçou processar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo ‘calote’.

“Se eles (a confederação) não depositarem (a cota), eu vou denunciar a CBF no Ministério Público e ainda entrar com uma ação indenizatória porque ela me contaminou 27 funcionários”, afirmou o vice-presidente à TV.

Ao Giro Marília, o dirigente afirmou que o valor da cota deveria enviar o valor da cota ao processo piloto da Justiça do Trabalho em Marília. Desde 2016, parte da arrecadação do clube é retida para pagamentos de pendências trabalhistas.

“A CBF alegou que havia outras penhoras pendentes, mas já deveria ter cumprido ordem judicial”, afirmou Silva. Procurada desde quarta (9) pelo Giro Marília, a confederação não havia se manifestado até a data desta publicação.

PREJUÍZOS

Tivesse sido realizado em Marília como previsto inicialmente, o confronto entre MAC e Criciúma geraria o chamado ‘gasto de borderô’ de R$ 50 mil, com cobertura de R$ 33 mil pela CBF e os R$ 17 mil pelo alviceleste.

Mas o jogo acabou transferido para Varginha (MG) por conta das medidas restritivas impostas pelo governo paulista – entre elas, a interrupção de práticas esportivas. Foi apenas o começo dos custos adicionais ao Marília.

“Nós tivemos de excedente de hotel, alimentação e outros gastos, próximo de R$ 15 com a viagem de Marília a Varginha, de lá a Cariacica (ES) e o retorno a Marilia, que não estavam computados inicialmente”, contou o vice-presidente.

“Se eu tivesse feito o que a CBF queria, que seriam as passagens aéreas, teríamos gasto cerca de R$ 50 mil. Economizamos R$ 35 mil”, complementou o dirigente. “Sem contar o prejuízo com a covid, um dano que é difícil até de mensurar em valor”.

DINHEIRO PARADO

Além da cota pela participação na Copa do Brasil, o Marília também não recebeu da Federação Paulista de Futebol (FPF), ainda de acordo com o vice-presidente, os R$ 150 mil referentes ao vice na Copa Paulista de 2020.

“A FPF pagou no processo judicial e 100% até aqui está bloqueado”, afirmou o dirigente. Procurada, a federação informou ao Giro Marília que “não comenta questões financeiras referentes aos clubes filiados”.

Enquanto aguarda a entrada em seus cofres do dinheiro a que já tem direito, o Marília negocia a permanência de seus patrocinadores para o 2º semestre. A única competição em vista é a Copa Paulista, cujo início está previsto para setembro.