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Revelações do atletismo ganham medalhas por outras cidades após crise em Marília

Bryan, Albieiri Lecão e Natã após conquista no Paulista Sub-20 – Reprodução
Bryan, Albieiri Lecão e Natã após conquista no Paulista Sub-20 – Reprodução

A crise provocada pelo impasse entre atletas, técnicos e serviços públicos de suporte ao atletismo em Marília chegou ao pódio: revelações da cidade começam a competir por outros municípios em que encontram apoio e além dos talentos a cidade perde medalhas.

No último caso, duas revelações da cidade – Bryan Natan da Silva Gonçalves e Natã Maciel da Silva Matias, fizeram dobradinha e conquistaram ouro e prata na Marcha Atlética do Paulista Sub-20.

A competição aconteceu no final de semana e as medalhas de Bryan e Natã ficaram registradas em nome da equipe Artevidas, de Tupã, por onde os dois receberam apoio para competir.

Bryan, que fez a prova em 1.04.54, é uma revelação desde competições sub-17 e também um exemplo da dificuldade em competir por Marília. No ano passado foi às redes sociais divulgar campanha de arrecadação para competição no Recife. E com dificuldade para doações.

Mas o rompimento com o atletismo da cidade aconteceu após uma reunião com direito a bate boca e denúncia de agressões e de pressão.

Os dois treinam com os técnicos Luiz Carlos Albieri, o Esquilo, e Alecsandro Ramos, o Lecão, que teriam sido os alvos da discussão e pressão.

“Foi comunicado que a partir daquela data que treinasse comigo e também com o Lecão perderia benefícios de Marília. Alguns recebiam R$ 200 de auxílio atleta. Eles abriram mão deste benefício para continuar treinando conosco”, disse Esquilo, que acompanhou a dupla.

Segundo o treinador, em Tupã os atletas receberam transporte e alimentação, além de auxílio hospedagem em viagens. “Em Marília várias vezes deixamos de competir por faltar esse tipo de ajuda.”

Bryan e Natã não são os únicos. A cidade perdeu outros atletas para municípios com maior estrutura, casos de Julia Marconato Leite está competindo pelo Praia Clube do Rio de Janeiro, o atleta Vinícius dos Santos Costa e Bruna Machado por São José dos Campos

“São José dos Campos dobrou e Praia Clube pagou bem melhor os atletas”, disse Esquilo.

A CRISE

O afastamento dos atletas é um dos pontos da crise que começou com acusações de falta de apoio, dificuldades para viagens e competições e desvalorização em comparação com outras modalidades apesar de resultados piores.

O impasse cresceu com a denúncia de abandono do centro de treinamento no Estádio Vareando Pedro Sola. As imagens de falta de estrutura ganharam repercussão e além da discussão – ocorrida dentro do Ginásio Neusa Galetti – o caso virou uma denúncia da Federação Paulista de Atletismo ao Ministério Público.