Um vídeo em que Diego França de Oliveira, 15 anos, participa de disputa de jiu-jitsu corre nas redes sociais de Marília como mensagem de motivação, lições de vida e esperança. Com justiça.
Diego não enxerga. Quando criança recebeu diagnósticos de vida com pouca ou nenhuma atividade social, resultado de uma grave retinopatia. Tem uma leve sensação de vultos. A luta veio após três meses de treinamento e o menino é referência em determinação.
A evolução une uma série de fatores importantes: a força de vontade e superação de Diego, o apoio da família – o pai, Francis, também vai treinar ‘e apanhar um pouco’ – para estimular o filho; o suporte da Adevimari (Associação dos deficientes Visuais de Marília) e da equipe Cataia Team, em que ele treina.
“Conversei com professor Jair Cataia para tentar ensinar. Não é fácil. Ele não enxerga e a gente fez esse acordo. É um esporte de bastante tato, muitos golpes isolados, então começamos a trabalhar isso”, contra o pai de Diego.
É a primeira vez que o filho consegue se adaptar a uma modalidade de esportes. Faltam opções e estrutura para deficientes visuais. “Estamos com esse projeto piloto para acompanhar com a Adevimari, inclusive para cuidar mobilidade e postura, para caminhar, dia-a-dia”, explica Francis.
O projeto já rende frutos e há mais sete jovens da associação que podem ser integrados ao esporte. “A proposta é dar sequência, levar para competições específicas. Mas é novo, tá começando.”
Diego nasceu em um parto prematura, entre cinco e seis semanas de gestação, com 800 gramas de peso. Os exames iniciais não identificaram a má formação de retina e quando o problema foi descoberto já era tarde.
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“Passou por vários médicos, tivemos até alguns diagnósticos rigorosos, de que não poderia fazer nada. Há quatro anos toca teclado, domina informática, soroban, leitura em braile e agora entrou na área de esporte”, conta o pai.
O resultado vai além de outras crianças com problemas. O esforço de Diego estimula atletas de boa saúde mas que deixaram a atividade: gente que havia parado de treinar e voltou ao esporte.
A participação do jovem revelação virou atividade especial em encontro de graduação na equipe, que reúne aproximadamente 30 atletas sob orientação de Jair Cataia.
A equipe tem atividades de segunda a sexta, divididas entre público masculino e feminino. E a mensagem oficial após a integração de Diego é uma celebração do esporte.
“Jiu-jítsu não é só uma arte marcial, é uma filosofia de vida. Nos tornamos uma família e vivemos isso. Diego é uma lição para quem arruma desculpa. Qual é seu problema mesmo?”
Veja abaixo vídeo com momentos da luta e a mensagem do jovem atleta
