A dupla Zé Neto e Cristiano está impedida de usar a palavra Esqueminha, que dá nome a um evento criado pelos sertanejos e é patrocinado por uma famosa marca de cerveja.
Na última sexta-feira (1º), o Tribunal de Justiça de Goiás deu parecer favorável a um processo movido pelo cantor baiano Gabriel Levy, da banda Isqueminha (das músicas “Vai tomar pitú” e “Terror da sentada”), que solicita indenização por danos morais pelo uso indevido da marca.
O documento assinado pelo juiz Gilmar Luiz Coelho, da 10ª Vara Cível de Goiânia, ressalta que o Instituto Nacional de Propriedade (INPI) não autorizou que as marcas “Esqueminha” e “Esqueminha com ZNC” fossem empregadas pelos sertanejos “em razão da similaridade com a marca de propriedade do autor, ‘Isqueminha’, ainda mais por serem utilizadas em contextos comuns de entretenimento”.
De acordo com os produtores responsáveis pela banda Isqueminha, representantes do evento criado por Zé Neto & Cristiano haviam tentado autorização pela utilização da marca “Esqueminha” em negociação direta com eles, mas não tiveram sucesso. O GLOBO entrou em contato com a empresa Work Show, responsável pelo gerenciamento artístico dos sertanejos, mas até o momento não obteve retorno.
No documento do processo, o juiz deferiu a liminar e determinou que a marca não seja mais usada em qualquer contexto comercial e/ou de divulgação, sob pena de aplicação de multa no valor de R$ 1 mil até o limite do valor dado à causa, R$ 50 mil.
Polêmica com Anitta
O sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, se tornou o centro de uma polêmica, em maio deste ano, após ofender a cantora Anitta e criticar a Lei Rouanet durante um show bancado com recursos públicos, na cidade de Sorriso, no Mato Grosso.
Em vídeo que circulou nas redes sociais, o sertanejo ironizou uma tatuagem íntima da funkeira e ressaltou que “não depende” da Lei Rouanet. “O nosso cachê quem paga é o povo”, afirmou. Na ocasião, porém, a dupla recebeu R$ 400 mil oriundos de recursos públicos para subir ao palco.
Após a polêmica, internautas reagiram à contradição pedindo, por meio das redes sociais, uma “CPI do Sertanejo”. Vieram à tona contratos milionários bancados por prefeituras de cidades pequenas para realizar shows de sertanejos como Gusttavo Lima, que chegou a cobrar R$ 1,2 milhão por uma apresentação neste ano.