O Gordini, de seu criador Amedeo Gordini (projetista de carros), fabricado pela Willys no final dos anos 50, apesar de parecer um carro frágil e esquecido no meio de outros nacionais, tem muita história para contar.
Propagado na Europa e mesmo nos EUA, cuja importação era de 380 unidades por dia, o Renault Dauphine – que mais tarde se chamaria Gordini passou a ganhar dupla nacionalidade em 1959 quando a Willys Overland do Brasil decidiu produzi-lo por aqui.
O Dauphine, tinha como concorrentes de peso o VW 1600 e o DKW-Vemag . Sua carroceria do tipo monobloco se resumia em compacto sedã de quatro portas e mal acomodava dois adultos nos bancos traseiros. Suas dimensões eram de 3,95 m de comprimento, 1,42 m de largura e altura, com 1,44 m.
O Gordini possuía originalmente um motor Ventoux de 845 cc de míseros 40 cavalos que chegava a velocidade máxima de 118 Km/h com aceleração de 0 a 100 em 36,5 segundos.
O Dauphine foi lançado oficialmente em Paris, na França no dia 6 de março de 1956. Nasceu para substituir o Renault 4CV , conhecido popularmente no Brasil como “Rabo Quente”.
No Brasil, o carrinho de linhas curvilíneas e charmosas repletos de adereços cromados desembarcou em 1959 cuja em empresa responsável pelo lançamento era a Willys Overland do Brasil, sobre licença da Renault francesa.
O Dauphine era super- econômico fazendo a média de 16 km/l, porém elogios à parte, os dados de seu desempenho contrariavam a sua fama de ser uma excelente escolha. Só para se ter uma ideia o seu antecessor, o Renault 4CV – equipado com um motor de 4 cilindros em linha, de 760 cc tinha a potência declarada em 19 cv e fazia a média de 15 Km/l, mas também era extremamente leve em comparação ao Dauphine .
Apesar disso, o Gordini por ter uma característica de carro frágil – principalmente a suspensão – e pesar somente 780 kg, teve várias críticas como a alusão ao leite Glória rendendo o comentário de “desmancha sem bater”.
Em 1964 a linha do Gordini ganhava o motor 1093, utilizando componentes franceses de desenvolvimento do motor Ventoux de 845 cm³ como o carburador de corpo duplo (Solex 32 PAIA3), comando de válvulas especial, taxa de compressão maior de 9,2:1 (8,0:1 do Gordini), molas de válvulas reforçadas, entre outros itens.
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Todas essas melhorias garantiram ao esportivo 42 cv (8 cv a mais comparado ao Gordini ) disponibilizados a 5.800 rpm, números excelentes em se tratando de um motor de 845 cm³.
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No final de 1964, já como modelo 1965, chegava o Teimoso, uma versão mais simplória do Gordini com opção de apenas três cores: marrom, preta e cinza. Na época, o modelo custava até 50% a menos em relação ao Gordini.
A ideia era oferecer incentivos para a compra da versão básica do Gordini pela Caixa Econômica Federal com taxas de juros bem mais baixas do que aquelas praticadas pelo mercado financeiro. Esteticamente, o modelo era ausentado de cromados, frisos, calotas e internamente os estofamentos eram bem mais simples e o painel de instrumentos resumia apenas ao velocímetro e hodômetro.
Em 1966 o Gordini II era lançado tendo como melhorias os novos componentes mecânicos melhorando a sua segurança que até então era motivo de muita reclamação de seus proprietários.
Um ano depois o Dauphine era substituído pelo Gordini III contando novamente com atualizações necessárias tais como novo motor, além de acabamento superior.
Os freios a disco opcionais nas rodas dianteiras eram a grande novidade — a Willys dizia, num anúncio, serem a única reivindicação de seus pilotos no modelo anterior. Vinha com lanternas traseiras maiores, novas relações de câmbio e melhor acabamento interno.
Por fim, o ano de 1968 chegava o Gordini IV cuja diferença se resumia apenas a adição de novas cores nesse mesmo ano, mais precisamente em março, o pequeno sedã se despedia do mercado nacional.
Contando 74.620 unidades, desse montante 23.887 exemplares foram do Dauphine, 41.045 do Gordini, 8.967 do Teimoso e somente 721 do 1093. No lugar dele, entrava em 1968 o Corcel , feito em parceria entre a Willys e a Ford do Brasil (Ford-Willys) com a própria mecânica Renault .