Uma solenidade na manhã desta sexta-feira apresentou para convidados, autoridades e jornalistas de Marília o sistema de operação da Estação de Tratamento de Esgoto da bacia do Pombo, a primeira a entrar em atividade na cidade após promessas e contratos desde 1994.
A Estação funciona com quatro tanques, que receberam a água poluída após um sistema de filtragem que segura materiais sólidos, como plástico, folhas e outros que possam acompanhar o esgoto.
Os dois primeiro tanques, maiores, submetem o esgoto a tratamento com oxigênio comprimido e materiais de descontaminação. Outros dois fazem a decantação final até a devolução da água para o Córrego. A água não estará potável, mas não vai mais contaminar o rio e reduz em muito os custos de tratamento para distribuição.
A apresentação acompanha anos do que deveria ser a obra do século passado, um investimento que já consumiu muitos milhões, teve duas grandes empreiteiras em atividade na empresa além de outros contratos de planejamento.
A obra foi concluída pela Replan Engenharia, uma empreiteira nascida em Marília e que hoje tem sede em Campinas, e é uma das poucas unanimidades entre os diferentes grupos políticos que passaram pela prefeitura desde o início das obras, em 1994.
A construção atravessou sete mandatos de seis prefeitos desde o lançamento com o promotor aposentador José Salomão Aukar, Abelardo Camarinha, Mário Bulgareli, Ticiano Toffoli, Vinícius Camarinha e Daniel Alonso.
A estação é a menor das três a serem implantadas em contrato que prevê também a implantação da Estação do Córrego Barbosa. Um novo contrato deverá ainda permitir instalação de uma estação no Córrego do Palmital, a maior da cidade. Juntas, as três vão tratar esgotos de seis córregos da cidade.
Durante seis meses a estação vai funcionar sob controle da Replan, que já havia promovido diversos testes. Nesta sexta, durante a solenidade, o prefeito Daniel Alonso acionou os equipamentos para colocar a estação em operação.
O prefeito lembrou na solenidade que após sua eleição recebeu comunicado da Caixa Econômica Federal sobre riscos de perda dos recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destinados para a obra e liberados em 2012 no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
“A Caixa perguntou se eu iria continuar a obra ou iria devolver o dinheiro investido, que foi usado e precisaria ser devolvido. Chamei o Levi (Levi Gomes, secretário da Fazenda) e disse: vamos fazer. Nem sabia como, mas imaginava que ficaria mais caro devolver que terminar a obra”, disse Daniel.
O PAC destinou R$ 63 milhões para financiar as estações do Pombo e do Barbosa. Em 2013, na gestão do ex-prefeito Vinícius Camarinha, a prefeitura assinou licitação de R$ 106 milhões para fazer as duas e a estação do Palmital.
A OAS empreiteira foi contratada – a segunda a executar o projeto, a primeira foi a Passareli – mas abandonou em2015, engolida pela crise após as investigações e bloqueios da Operação Lava Jato. Antes da visita à estação, a prefeitura apresentou no Paço Municipal um vídeo com imagens da obra abandonada e
O ex-presidente do Daem José Carlos de Souza Bastos, o Beca, que dirigiu o departamento a partir de 2017, lembrou os desafios, as cobranças da OAS e destacou que apesar dos contratos com grandes empreiteiras, os projetos eram sempre subempreitados para a Replan, que acabou assumindo a obra em 2018.
O engenheiro Reinaldo Pavarini, diretor da Replan, disse que após vencer a licitação foi chamado no gabinete do prefeito. “Ele perguntou se a empresa tinha noção do tamanho do compromisso e poderia fazer a obra. Eu disse: tudo o que existe até agora fomos nós que fizemos.”
Ele agradeceu a algumas autoridades, citou a administração municipal, o engenheiro Denis Araújo, diretor do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) do Estado e ex-diretor do Daem, por auxiliar na luta contra a burocracia na aprovação dos projetos. Prometeu entregar a Estação do Barbosa em 30 dias. Também elogiou o trabalho do secretário de Obras, André Ferioli.
A apresentação trouxe à cidade o empresário Aluísio de Barros Fernandes, da empresa Infra engenharia, que em 1994 produzidu os estudos de planejamento para a instalação das três estações de tratamento e hoje gerencia projetos em seis cidades. A empresa trabalha com suporte e consultoria para a Replan.
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