A Corregedoria de Marília publicou no Diário Oficial deste sábado portaria para instaurar um processo disciplinar administrativo contra uma servidora do Daem (Departamento de Água e Esgoto de Marília) acusada de infração funcional por uso de redes sociais em horário de trabalho.
Segundo a portaria, a servidora “na data de 10 de julho de 2017, realizou comentários em determinada publicação em rede social, no horário de expediente de trabalho”.
Os “comentários” foram na verdade análises críticas sobre um dos estudos xulos de soluções mágicas para o Daem, como a ideia de transformar o departamento em secretaria. A servidora comentou uma publicação do vereador José Luiz Queiroz (PSDB), que criticava as propostas de mudanças.
A investigação contra a servidora conta até com parecer da procuradoria jurídica sobre o comentário. Mas a portaria não fala em críticas. O documento limita à acusação de uso das redes sociais em horário de serviço.
A conduta é mesmo uma infração funcional e um problema em empresas de todo o país. A questão no caso é: se os comentários fossem favoráveis, a servidora estaria sendo processada?
A Prefeitura abriu quantas investigações contra servidores que usam as redes para postar fotos dos filhos, encontros ou ações? Um servidor que em horário de serviço poste foto de solenidade, será investigado?
Uma busca na página do Diário Oficial mostra que o tema “rede social” aparece uma única vez em publicações da administração: na portaria para investigar a servidora. A servidora poderá receber suspensão de até 90 dias por causa da postagem.