Os ex-prefeitos de Marília Ticiano Toffoli (2012) e Vinícius Camarinha (2013-2016), encaminharam ao Giro Marília nesta quarta-feira notas oficiais em que atacam a delação premiada em que foram acusados de cobrar verba de caixa 2 e propina apresentadas pelo empresário José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, em depoimento na Operação Lava Jato.
Vingança e depoimento não confirmado são alguns dos termos usados pelos ex-prefeitos sobre o caso. Pinheiro acusou ainda o ex-prefeito Mário Bulgareli de pedir R$ 1 milhão para renunciar ao mandato e permitir a posse de Ticiano, que era então vice-prefeito em 2012.
A assessoria de comunicação do Ministério Público Federal informou que o órgão não fornece detalhes sobre delaçõs e investigações em curso e não se manifestou sobre o caso.
Léo Pinheiro é o ex-presidente da OAS, empreiteira contratada para executar a obra de implantação das bacias de tratamento de esgoto em Marília. A licitação, feita na gestão de Ticiano, foi concluída no mandato de Vinícius e a OAS manteve atividades até 2015.
Na delação, Léo Pinheiro diz que pagou R$ 1,5 milhão para a campanha eleitoral de Ticiano em 2012 e que mesmo derrotado o ainda prefeito pediu mais R$ 1 milhão. O contato teria sido feito pelo ex-presidente do Daem, Antonio Carlos Souza, o Sojinha, atual presidente do MAC e cunhado de Ticiano.
Viníciu Camarinha é acusado de cobrar 3% do valor total da licitação – R$ 106 milhões -. Os dois negam qualquer cobrança. Veja abaixo as duas notas oficiais
– Vinícius Camarinha
“Nota de esclarecimento à imprensa e a querida população de Marília e Região
Por vingança contra as ações que adotamos em relação a empresa OAS em Marília, seu Diretor – preso e réu confesso – me cita em negócios que jamais participei.
Por respeito a todos e em nome de minha honra segue meus esclarecimentos:
1- Em toda minha vida pública não respondi e não respondo a nenhum processo ou acusação desta ordem;
2- Nunca estive com a pessoa de Leo Pinheiro e nunca houve recebimento de qualquer vantagem indevida por minha parte;
3- Nossa Administração à época não foi a responsável pela licitação da obra de tratamento de esgoto, portanto, tratativas relativas ao certame se deram em gestões passadas;
4- Não concordamos em pagar à empresa todos os valores de contrapartida da prefeitura e não pagamos!!
5- Quando soubemos do envolvimento da empresa na operação “ Lava Jato”, por iniciativa minha determinamos o rompimento do contrato da Prefeitura com a empresa.“
– Ticiano Toffoli
“A defesa vem esclarecer, em relação à notícia veiculada na imprensa onde se afirma que o ex-prefeito, Ticiano Tofofli, foi citado na delação de um ex-presidente da OAS que, mesmo não conhecendo o teor da suposta delação, que, ao que consta sequer foi ainda homologada, pode afirmar peremptoriamente que jamais recebeu qualquer doação de maneira irregular.
Um vazamento duvidoso não merece sequer ser questionado, pois não se conhece o contexto em que teria sido dito, se é que existe.
A palavra do delator depois da delação ser homologada já carece, muitas vezes, de credibilidade, sendo que, quando não é ainda oficial, então é que sequer deve ser levada em consideração.“