Marília

Marília é 37ª mais pacífica do Estado mostra Atlas da Violência

Marília é 37ª mais pacífica do Estado mostra Atlas da Violência

A nova edição do Atlas da Violência, um estudo nacional sobre mortes violentas no país, aponta Marília como a 37ª cidade mais pacífica do Estado de São Paulo entre os municípios com mais de cem mil habitantes. Em uma lista com 309 cidades do país todo, Marília é a 55ª mais pacífica.

Embora tenha sido produzido como Atlas 2019, o estudo divulgado nesta quarta usa dados de 2017. Aponta taxa de mortes violentas por grupos de cem mil habitantes. Marília atingiu taxa 15, com 0,1 a mais que São Paulo.

Jaú (6,9), Botucatu (71,), Bauru (8,7), Ourinhos (9,9) e Araraquara (11,4) são algumas cidades próximas com números melhores que o de Marília.

Mas o estudo ainda aponta a cidade com menos mortes violentas que municípios maiores, como Ribeirão Preto (15,1), São Bernardo (16,7) e Sorocaba (17). Está melhor que cidades menores, como Araçatuba (25,3), Rio Claro (19,4) e Assis (18,6).

Os dados por município estão em uma publicação à parte no estudo que considera ainda fatores como educação e níveis de pobreza. A pesquisa mostra que as cidades mais violentas do país apresentam também altos índices de pobreza e/ou crianças fora da escola.

LGBT

Em nível nacional o Atlas traz novidades com um estudo de violência contra a população LGBTI. Destaca que o problema tem se agravado nos últimos anos e invisibilidade desse problema sob o ponto de vista da produção oficial de dados e estatísticas.

“Por exemplo, não sabemos sequer qual é o tamanho da população LGBTI+33 (o que inviabiliza qualquer cálculo de prevalência relativa de violência contra esse grupo social), uma vez que o IBGE não faz qualquer pergunta nos seus surveys domiciliares sobre a orientação sexual”, diz o documento

Segundo o Atlas, uma raríssima exceção a esse “apagão estatístico” tem sido os relatórios do Grupo Gay da Bahia (GGB) que há 39 anos vem fazendo um levantamento do número de pessoas assassinadas por questões homofóbicas, com base em notícias publicadas na imprensa, na internet e informações pessoais compartilhada com o grupo.

O estudo usa duas bases distintas de dados: as denúncias registradas no Disque 100, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), e dos registros administrativos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

JOVENS

A morte prematura de jovens (15 a 29 anos) por homicídio é um fenômeno que tem crescido no Brasil desde a década de 1980. Além da tragédia humana, os homicídios de jovens geram consequências sobre o desenvolvimento econômico e redundam em substanciais custos para o país.

Em 2017, 35.783 jovens foram assassinados no Brasil. Esse número representa uma taxa de 69,9 homicídios para cada 100 mil jovens no país, taxa recorde nos últimos dez anos.

Homicídios foram a causa de 51,8% dos óbitos de jovens de 15 a 19 anos; de 49,4% para pessoas de 20 a 24; e de 38,6% das mortes de jovens de 25 a 29 anos

MULHERES

A edição indica que houve um crescimento dos homicídios femininos no Brasil em 2017, com cerca de 13 assassinatos por dia. Ao todo, 4.936 mulheres foram mortas, o maior número registrado desde 2007.

O Atlas mostra crescimento expressivo de 30,7% no número de homicídios de mulheres no país durante a década em análise (2007-2017), assim como no último ano da série, que registrou aumento de 6,3% em relação ao anterior.

Entre 2007 e 2017 houve aumento de 20,7% na taxa nacional de homicídios de mulheres, quando a mesma passou de 3,9 para 4,7 mulheres assassinadas por grupo de 100 mil mulheres. Nesse período, houve crescimento da taxa em 17 Unidades da Federação.

NEGROS

Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídios foram indivíduos negros (definidos aqui como a soma de indivíduos pretos ou pardos, segundo a classificação do IBGE, utilizada também pelo SIM), sendo que a taxa de homicídios por 100 mil negros foi de 43,1, ao passo que a taxa de não negros (brancos, amarelos e indígenas) foi de 16,0.

Proporcionalmente às respectivas populações, para cada indivíduo não negro que sofreu homicídio em 2017, aproximadamente, 2,7 negros foram mortos. No período de uma década (2007 a 2017), a taxa de negros cresceu 33,1%, já a de não negros apresentou um pequeno crescimento de 3,3%.

Analisando apenas a variação no último ano, enquanto a taxa de mortes de não negros apresentou relativa estabilidade, com redução de 0,3%, a de negros cresceu 7,2%.