Moradores de edifício e pontos comerciais na avenida Vicente Ferreira, em frente ao Estádio Municipal Bento de Abreu Sampaio Vidal, reúnem relatos, imagens e situações de risco e constrangimento em busca de medidas para problema histórico com crescimento da população em situação de rua.
É, como em outros centros urbanos, um problema econômico, social, de saúde e segurança. Une baixo impacto de políticas públicas para dependentes químicos e casos de saúde mental, falta de moradia e pessoas que aproveitam para venda de drogas. E vira série de situações com problemas para quem vive, trabalha, caminha ou passa pela região.
Os relatos incluem imagens que vão de brigas, gritos, objetos atirados na madrugada a atos obscenos ou uso de drogas, com casos em que pessoas dizem ter sido coagidas com pedidos agressivos de doação. Uma das mensagens aponta uma tentativa de tomar o celular de uma moradora.
Há ainda relatos de situações constrangedoras como uma moradora retornava sozinha à noite e ao chegar ao portão encontrou um morador sem camisa, a frente do calção abaixada: usava o muro e o portão como banheiro. O homem continuou o que fazia. Ela começou a filmar. O homem então foi em direção ao carro, apoiou no capô e bateu algumas vezes no vidro e saiu lentamente.
Os moradores trocam informações e vídeos de outras situações, como discussões que evoluem para agressões físicas – em um conflito de direitos para quem vive e tem ponto comercial no local e para as pessoas em rua.
ASSISTÊNCIA
Segundo a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, situações de brigas, ato obsceno, importunação ao sossego alheio são questões de abordagem policial e não do atendimento social.
A Secretaria diz ainda que o problema é muito antigo e começou quando ainda havia coreto no praça Athos Fragata que era usado como abrigo a pequenos grupos – e foi demolido sob a justificativa de combater a ocupação, a cidade ficou sem coreto e o problema social só cresceu -.
“E se agrava a cada ano devido necessidade de intervenções intersetoriais, pois a demanda não se resolve somente com equipamentos de assistência social como Centro Pop, Casa Cidadã, Abordagem Social e Fumares”, diz o secretário Wilson Damasceno.
Ele diz que muitos moradores não aderem aos serviços de acolhimento por razões diversas e que elas serão tratadas no Grupo de Trabalho criado para definir fluxo de ações com competências e atribuições para cada situação identificada.
“Incluído neste grupo representação da Diretoria Regional de Desenvolvimento Social – DRADS, Fiscalização de Posturas, Defesa Civil e Coordenadoria de Saúde Mental do Município”, afirmou.
Damasceno informou que nos próximos dias haverá encontro do grupo de trabalho e que vai promover novos atendimentos naquela região e procurar contato com os moradores e comerciantes.
“Abordagens sociais são realizadas ali e em outros locais com êxito em conquistar adesão aos nossos serviços. Há 22 que participarão de oficinas no centro pop e fumares em parceria com Senac.”