Marília

‘Perigo real’ – Nova perícia indica riscos e descarta desocupação por etapas em prédios da CDHU

‘Perigo real’ – Nova perícia indica riscos e descarta desocupação por etapas em prédios da CDHU

Uma perícia complementar produzida por determinação do Tribunal de Justiça e já apresentada à Vara da Fazenda Pública de Marília aponta que não há forma de fazer interdição ou desocupação escalonada dos 880 apartamentos do conjunto Paulo Lúcio Nogueira, da CDHU, na zona sul da cidade.

O documento, elaborado pelo engenheiro Paulo César Lapa, indica que haverá a necessidade de desocupação de todas as unidades, mesmo que a gravidade seja menor em alguns dos prédios.

“Para as reformas necessárias, as redes de captação de águas pluviais, de esgoto, água fria, gás canalizado, etc. deverão ser interrompidas impossibilitando a utilização das unidades habitacionais”, explica o engenheiro.

O laudo confirma informações apresentadas no primeiro levantamento técnico, que provocou uma ordem de interdição dos prédios e realocação das famílias. 

A CDHGU recorreu ao Tribunal de Justiça e uma decisão do desembargador Fernão Borba Franco suspendeu a interdição e pediu que o perito indique prioridades em desocupação e realocação de moradores para que isso fosse feito de forma escalonada.

“Face aos danos estruturais relatados no corpo do Laudo e infiltrações generalizadas em toda a extensão da área comum do empreendimento o escalonamento no esvaziamento do mesmo se torna arriscado pois este profissional não tem como garantir quando poderá haver um colapso com afundamentos e desabamentos destes elementos construtivos. O perigo iminente de desabamento é real”, diz o perito.

O documento indica ainda que as reformas necessárias nos imóveis devem ser definidas e realizadas depois da execução de um projeto e cálculo das recuperações estruturais necessárias.

“A partir daí, pode-se haver um planejamento adequado da obra para as intervenções necessárias com seus prazos estipulados. Exemplo: definição sobre a reforma ou demolição das lajes afetadas pelas infiltrações com ferragens expostas.”

O laudo inicial aponta infiltrações generalizadas de água de chuva, rompimento de caixas de inspeção e gordura com infiltrações, falta de reparos em tubulações, conduítes, fiação, telhas quebradas e deformações na estrutura da cobertura dos blocos.

Também foram relatos rompimentos e vazamentos na extensão de abrigo de gás, fazendo com que os moradores utilizem seus botijões na parte interna dos apartamentos, com risos de incêndio.

No recurso ao Tribunal, a CDHU argumenta que todos os problemas são provocados por falta de manutenção pelos moradores e a companhia não pode responder pelos problemas. Além da Companhia, a Prefeitura é alvo dos pedidos de realocação e aluguel social para moradores.

Moradores divulgaram vídeos que mostram problemas de encanamento com vazamentos e infiltração em um dos blocos.