Há um ano, no dia 31 de março, a Secretaria Municipal da Saúde de Marília relatou o primeiro caso positivo de coronavírus registrado na cidade. Um paciente em meio a 56 casos suspeitos. E 12 meses depois enfrenta o pior da epidemia com muitos dilemas.
O primeiro paciente com Covid tinha 53 anos, morava em uma região de classe média alta e fez exame em laboratório particular.
Em todo o país o Ministério da Saúde apontava 201 mortes, 5.717 casos confirmados. Ontem, terça-feira, o Brasil registrou 317.936 óbitos com novo recorde diário: 3.668 mortes.
O pior momento da epidemia traz uma lista de recordes tristes e dilemas para a cidade. Veja os principais desafios de Marília um ano depois da chegada do vírus.
– Óbitos
A cidade registrou cem óbitos no mês de março até o dia 30. Chegou a 309 vítimas fatais da doença. Por dois dias consecutivos repetiu recorde de dez registros de óbitos
– Casos positivos
Nos 12 meses a cidade atingiu 17.194 casos positivos, descartou 46.885 exames e aponta 16.604 curados. Muitos ainda em tratamento em com sequelas.
– Exames e suspeitas
A cidade depende do Instituto Adolfo Lutz para exames e atravessa meses de testes represados. Ontem tinha 2.973 exames à espera de resultados.
– Vacina
A imunização está atrasada em relação ao calendário do governo estadual. A Saúde aponta déficit de doses na faixa de 7.500 vacinas. O município formalizou participação em um consórcio de prefeitos que pretende comprar vacinas e manifestou interesse por até 400.000 doses.
– Hospitais
Marília tem o pior momento de ocupação de hospitais. Na terça-feira registrou 100% de uso das UTIs do SUS e dos leitos particulares ou de convênios
– Insumos
Na esteira da crise nacional, hospitais suspenderam procedimentos eletivos para garantir estoque de anestésicos e kits intubação, além de oxigênio para atendimento aos casos mais graves
– Economia
Após repetidas classificações nas fases mais restritivas, acompanha todo o Estado na fase emergencial que fecha serviços, comércio e derruba volume de vendas em muitas empresas. O comércio foi setor com pior desempenho em levantamento de geração de empregos divulgado neste ano.
– Sobrecarga
Todos os serviços de Saúde apontam sobrecarga dos trabalhadores. Hospitais têm dificuldades em contratar profissionais como técnicos de enfermagem para atendimento na linha de frente no combate à epidemia.