– O que aponta como maiores acertos e erros do passado em Marília?
Marília acertou em diversos itens, os quais vou enumerar aqui:
Construído um ramal ferroviário que foi o vetor de expansão e crescimento do município
Ter constituído um bosque municipal e preservado pelo menos um pouco da mata original no município
Investido em educação básica de qualidade, o que faz a diferença hoje na geração de valor e de resultados em diversas áreas
Feito um excelente Plano Diretor Participativo em 2006
Apostado em Educação Superior de Primeira Linha, com a UNESP, FAMEMA e as universidades particulares UNIMAR e UNIVEM.
Festivais de cinema colocaram a cidade no mapa cultural do país por diversas décadas.
Aproveitado os apoios gerados pelo governo federal em uma política assistencial eficiente.
Também errou muito, os quais coloco aqui:
Baixa participação e envolvimento político da população propiciou gerações de prefeitos com foco clientelista e uma política de compadrio que se perpetua e até hoje prejudica a cidade.
Apesar de um excelente Plano Diretor, este não é obedecido e nunca foi finalizado
Descontinuidade da política cultural fez com que o município perdesse gerações inteiras de incentivo.
Ausência de preocupação com a miséria fez crescer as favelas da cidade. Não há foco, nem recursos alocados, nem trabalho sério na Política de Habitação Social do município. A prioridade do desenvolvimento urbano é do capital especulativo. Assistencialismo não resolve o problema.
Não há projetos significativos de parques na cidade e a prioridade é da geração de condomínios particulares em detrimento da qualidade do espaço público, o que irá gerar uma cidade cada vez mais amuralhada e segregada.
Não se preparou para o crescimento, e gera mais de 200 toneladas de lixo por dia sem tratamento adequado, desperdiçando milhões de reais por ano em transbordo.
Gestões passadas de foco assistencialista não priorizaram o desenvolvimento da cidade no longo prazo. Ainda hoje não há projeto adequado para o futuro de Marília.
Falta de visão gerencial com foco participativo. Não há mecanismos desenvolvidos de participação da população no planejamento e decisões de caráter estratégico, o que enfraquece o potencial administrativo da gestão.
Como você vê a cidade hoje?
A cidade apresentou melhoras significativas de gestão em relação ao mandato anterior, mas ainda há muito a ser feito. Menos buracos nas ruas, alguns campos essenciais como as secretarias da saúde e assistência social, cultura e educação bem administradas entre outras ganharam o corpo da aceitação social da população, mas a ausência de uma política de resíduos sólidos, a falta de um projeto para habitação de interesse social, além de um programa de metas e a manutenção do clientelismo como critério para a cessão de cargos comissionados, além de promessas não cumpridas junto aos funcionários públicos abalam a confiança da população, e enfraquecem uma gestão que poderia realmente marcar a passagem para uma Marília economicamente mais desenvolvida, ambientalmente correta e socialmente mais justa. Vejo diariamente oportunidades perdidas.
Quais os desafios para o futuro?
Precisamos de um plano para o futuro, e este plano tem que ser construído pela população em conjunto com a prefeitura. Antes de tudo precisamos de uma gestão que confie nas pessoas e na vontade destas de colaborarem, de construir uma gestão participativa pois só assim políticas de longo prazo se tornam efetivas. Precisamos de mais parques para que a população tenha opções de lazer, implantar com urgência a coleta seletiva e uma central para o tratamento responsável de resíduos, precisamos definir metas de longo prazo de forma participativa para que as mudanças de gestão não interrompam o progresso da cidade. Temos uma das taxas mais altas de suicídios do Brasil e isso tem que ser motivo de reflexão e trabalho árduo para que os jovens tenham perspectivas de futuro e um presente com mais qualidade de vida. Precisamos olhar para os pobres e os excluídos. Somos uma sociedade solidária que precisa de foco para resolvermos nossos problemas sociais, que precisa de trabalho sério e coordenado para criarmos um futuro melhor para todos.
Luiz Eduardo Diaz, arquiteto e empresário, diretor da Life Telecomunicações e integrante da Associação Ambientalista Origem e do Conselho de Habitação e Política Urbana de Marília
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