Nenhum carro construído pela De Tomaso, foi tão emblemático quanto o Pantera. O segredo deste sucesso veio através de um argentino radicado na Itália, Alejandro De Tomaso que com uma vasta experiência adquirida das pistas, resolveu montar seu próprio negócio em Albareto – um bairro de Modena – em 1959.
Nesta empreitada, surgiram bons frutos como os modelos Vallelunga, apresentado ao público em 1963 e o Mangusta de 1966, que contou com a participação de Giorgetto Giugiaro.
O sucesso só perpetuaria com a chegada do Pantera, apresentado durante o Salão de Nova York em 1970 , cujo modelo construído pelo renomado Studio Ghia se transformou em lenda pelos apaixonados por superesportivos da De Tomaso Spa.
Pudera, suas linhas marcantes e de cintura alta foram concebidas por Tom Tjaarda , um experiente designer americano que já havia assinado outros modelos de sucesso como a Ferrari 365 California e 330 2+2 Coupé e Fiat 124 Sport Spider .
O esportivo italiano tinha uma missão difícil : brigar com um dos modelos de maior sucesso da época, o americano Chevrolet Corvette que desde o seu lançamento em 1953, foi sucesso de vendas.
O cupê seguia a ditadura de estilo dos esportivos de seu tempo como linhas angulosas , faróis escamoteáveis , traseira truncada e frente alongada.
Acomodava apenas duas pessoas, como convém a qualquer esportivo de sua estirpe, e trazia o aclamado motor Ford 351 V8 Cleveland de origem norte-americana de 5.7 litros de 310 cv de potência (330 cv na versão europeia). Por dentro o painel trazia farta instrumentação e contava com itens de luxo como os vidros elétricos e ar-condicionado de série.
Já a transmissão manual de cinco marchas “corria sobre trilhos” em seus engates, a exemplo de outros esportivos como Lamborghini e Ferrari. A caixa de câmbio ZF transaxle era a mesma empregada em outros modelos como o Mangusta, também da De Tomaso , Ford GT40 e Maserati Bora .
Em 1972, o esportivo rebatizado de Pantera L (Luxury) recebia algumas alterações técnicas em função das novas normas da legislação norte-americana de segurança.
Os para-choques estavam entre estas mudanças que agora estavam maiores e mais bojudos perdendo de vez os cromados que caracterizavam seu estilo.
O sistema de refrigeração também foi melhorado e no motor foram feitos alguns ajustes para se adequarem às leis anti-poluição da época.
A versão GTS só chegaria ao mercado em 1973 sendo diferenciado pelos largos para-lamas confeccionados em plástico reforçado com fibra-de-vidro, volante Ferrero com o símbolo do estúdio Ghia , pneus mais largos e, logicamente, no motor o qual receberia 5 cv a mais na versão destinada à Europa .
Em contrapartida, nos Estados Unidos a potência do GTS despencou para 250 cv, devido ao início da crise do petróleo e ao severo controle de emissões de poluentes imposto pelo governo americano.
Logo após 6.128 unidades comercializadas no final de 1973, a fábrica transferiu-se para o município italiano de Bruciata e em setembro daquele ano a Ford americana e a De Tomaso terminavam a parceria de quase dez anos.
O Pantera chegou a ser produzido com motores Ford de origem australiana que eram livres do programa anti-poluição , permitindo que desta forma a potência da versão GTS subisse para 330 cv, para a alegria de seus fãs.
Em 1980 surgia o GT5 de 350 cv com alguns acessórios que o caracterizavam como para-lamas mais largos, exclusivo aerofólio e rodas maiores. Cinco anos depois veio a GT5-S com algumas mudanças de estilo, além de outras melhorias como o novo sistema de ar-condicionado .
Porém foi no ano de 1993 que a De Tomaso encerrava a trajetória de quase 25 anos de um dos modelos mais emblemáticos de sua história contabilizando a marca de 9000 exemplares fabricados.
Fonte: IG CARROS