Polícia

Achocolatado foi envenenado para ladrão; criança tomou

Achocolatado foi envenenado para ladrão; criança tomou

A investigação da morte de um bebê poucos minutos depois de consumir um achocolatado em Cuiabá, no Mato Grosso, indica um caso de envenenamento em que a criança tornou-se vítima de uma trama que começou com a vingança contra uma série de furtos, com os quais a família da vítima não tinha nenhuma ligação.

A  Polícia Civil do Mato Grosso prendeu nesta quinta-feira um acusado de envenenar o achocolatado e outro de furtar e vender o produto para a família, que consumiu e deu ao bebê sem conhecer o risco. As informações estão em nota oficial distribuída nesta tarde pela marca Itambé, responsável pela fabricação do achocolatado. A morte e a investigação do caso provocaram suspensão de um lote do Itambezinho, linha de produtos do frigorífico.

Foram detidos Adônis José Negri, 61, e Deuel de Rezende Soares, 27. O primeiro seria o responsável por envenenar o produto. O motivo seria uma sequência de furtos cometidos por Deuel, que segundo a nota, é descrito como usuário e droga e suspeito de furtar alimentos de Adônis repetidas vezes.

“Revoltado com os constantes arrombamentos à sua residência, Adônis arquitetou a vingança fazendo uso de uma seringa para injetar o veneno nas bebidas, para deixar como uma espécie de isca para Deuel. Ocorre que Deuel não fez uso do produto, mas vendeu o produto à mãe do menino envenenado, D.C.S, 28 anos, pelo valor de R$ 10”, explica o delegado, Eduardo Botelho, responsável pela apuração, segundo a nota distribuída pela Itambé.

LAUDO

Ainda segundo o texto, o laudo toxicológico deu positivo para envenenamento nas amostras de achocolatado encaminhadas pela PJC e no material biológico da criança que morreu após ingerir a bebida. Adônis teria usado um veneno para rato.

Após pesquisa minuciosa, os peritos conseguiram descartar a hipótese de contaminação biológica por bactéria ou fungo, decorrente do processo de fabricação, e identificar a contaminação externa através de um furo compatível com agulha de seringa na parte lateral superior de cada embalagem.

“Unindo o histórico da morte da criança que veio a óbito muito rápido, e os sintomas apresentados, juntamente com o laudo da necropsia, tracei uma linha de pesquisa sobre a classe de venenos que poderiam trazer esses efeitos, antes de detectá-los no exame”, explicou o perito crimina Diego Viana de Andrade.

Adônis foi autuado por homicídio qualificado com emprego de veneno, além de homicídio tentado já que existe um amigo da família do menino que ainda está internado em unidade hospitalar.

“A Itambé reforça que desde o dia 25/05, data de fabricação do lote em questão, já foram comercializadas mais de 5 milhões de unidades e não foram registradas reclamações de nenhuma natureza”, diz a marca.