Marília - A 3ª Vara de Justiça Criminal de Marília autorizou quebra de sigilo telefônico no caso que apura tentativa de homicídio e omissão de socorro em uma briga de trânsito que deixou o motorista Alexandre Bernardi na UTI em Marília.
O desembargador Marcos Zilli, da 16ª Câmara Criminal do Tribunal, confirmou a medida e rejeitou pedido da defesa dos dois denunciados para suspender a medida. Na mesma decisão, ele rejeitou ainda um pedido para trancar a ação penal.
A denúncia do Ministério Público acusa do empresário Thiago Carrara, que atua no ramo de móveis na cidade, por tentativa de homicídio no caso. A briga aconteceu na noite de 8 de fevereiro ao lado do Marília Shopping.
A denúncia diz que em virtude de agressões o motorista Alexandre Bernardi sofreu queda de quatro metros de altura que provocaram lesões graves.
Quebra de sigilo e controvérsia de versões
A apreensão e quebra de sigilo dos telefones pode ajudar na apuração de circunstâncias da briga e controvérsia de versões sobre a queda que deixou o motorista na UTI.
Thiago Carrara, que estava com seu cunhado, Thiago Andrade, também acusado de omissão, nega as agressões. Diz ter sido vítima de ataques e nem ter visto como Alexandre caiu. O cunhado acompanha a versão.
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Mas uma testemunha relatou ter visto a briga e diz que Alexandre ficava na defensiva enquanto sofria ataques. Diz ainda que as agressões continuaram até a queda.
Viu Alexandre tentando segurar seu agressor, não sabendo indicar se ele queria evitar a queda no buraco ou mesmo fazer com que seu oponente parasse de agredi-lo
Testemunha protegida
Para a defesa, a denúncia tem vícios e a quebra do sigilo é “inadequada”. “Desproporcional que afeta gravemente a intimidade e privacidade dos investigados.”
O desembargador negou a liminar, mas o Habeas Corpus segue em tramitação na Câmara Criminal.
Motorista completa dois meses na UTI
Alexandre vai completar dois meses de internação na UTI pelas lesões. Segundo relato da família, enfrenta uma infecção oportunista e ainda tem problemas com fraturas.
“Deitado em uma só posição por causa da fratura na 6° vértebra da coluna. Ainda com braço quebrado…sendo alimentado por sonda com traqueostomia”, diz uma postagem da mãe do motorista, Maria Amália Bernardi.
A família mantém um abaixo-assinado em que pede punição pelo caso – a petição contava 2.205 adesões nesta segunda -. E também segue em corrente de orações pelo motorista.
