Fugitivos do CPP (Centro de Progressão Penitenciária) de Jardinópolis (SP) afirmaram que a rebelião na unidade prisional foi causada pelas medidas punitivas adotadas pela direção do presídio, como a suspensão das visitas.
Até a noite de quinta-feira (29), 295 presos que se amotinaram e fugiram tinham sido recapturado. O município fica na região de Ribeirão Preto. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), os detentos resgatados foram encaminhados para unidades penais de regime fechado.
O número exato de detentos que fugiu quinta (29), durante uma revista de rotina, ainda não foi confirmado. Os presos atearam fogo a uma sala do CPP e aproveitaram a confusão para escapar.
A Secretaria de Administração Penitenciária informa que não houve reféns e não confirma mortes. No entanto, um corpo foi encontrado carbonizado no canavial próximo ao CPP e encaminhado para o Instituto Médico Legal de Ribeirão Preto.
O Grupo de Intervenção Rápida da SAP e a Polícia Militar conseguiram controlar a situação ainda pela manhã de quinta-feira. Uma sindicância foi instauradapara apurar o caso.
SUPERLOTAÇÃO
A capacitade do centro é para 1.080 detentos, mas a população carcerária é de 1.861 presos. Desse total, 253 trabalham em empresas fora do presídio e 1.349 trabalham dentro da unidade penal.
Em nota, a SAP destacou que, apesar da superlotação, não houve motivo que justificasse o motim a não ser “o descontentamento com a revista rotineira cujo objetivo é apreender celulares, drogas e outros objetos proibidos”.
O comunicado informa ainda que seguindo a legislação sobre unidades prisionais de regime semi-aberto, o CPP é cercado por alambrados e não conta com vigilância armada.
A SAP informou também que na última saída temporária pelo Dia dos Pais, foram liberados 1.166 presos para visita aos familiares, dos quais 97% retornaram (1.131).