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Atuação de motociclista feminina cresce 80% na última década no Brasil

Atuação de motociclista feminina cresce 80% na última década no Brasil



Foi se o tempo em que o universo da motocicletas era restrito ao público masculino. Essa tese é reforçada pela análise do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) que apontou nos últimos dez anos, um aumento de 81,5% no número de mulheres com habilitação A em todo Brasil. Elas eram 4,6 milhões de motociclistas e hoje são 8,2 milhões.

A presença delas nas ruas e avenidas é reforçada pela iniciativa em assumir o papel de consumidora desse tipo de veículo – atualmente, 1 em cada 3 compradores de motos no país é do sexo feminino, conforme levantamento da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

Apesar da maioria buscar scooters e os modelos de até 160 cc, as mulheres também querem pilotar motos de alta cilindrada, conforme alguns lojistas relatam, e essa participação feminina no universo das motocicletas tende a aumentar.

“A mulher está cada vez mais independente e encontrou na motocicleta uma aliada para economia de tempo e menor gasto com combustível, além da liberdade em se locomover”, comenta Leise Braga, gestora da concessionária Honda Blokton Marechal, em Curitiba, PR.

Há mulheres que veem na moto uma alternativa de renda. No caso de Luana Lopes, 28 anos, serviu para capitalizar um dinheiro extra no fim do mês. Ela comprou uma Honda PCX no início de 2020 para realizar um antigo sonho. Veio a pandemia do coronavírus e o que era meio de transporte também a ajudou a manter as finanças em dia.

Ela percebeu que o serviço de entrega havia crescido muito durante a crise da Covid-19 e decidiu aproveitar o momento. “Eu era motogirl de uma hamburgueria. Isso me ajudou. Fiquei sete meses lá, até que a empresa fechou”, conta.

A relação de Telma Crummenauer com o universo das duas rodas é algo que transcende a paixão. Foi em cima de uma moto que ela conseguiu superar a depressão.

“Eu joguei o pano de prato aos 46 anos (ao entrar no mundo das motos) e descobri que poderia superar qualquer medo”, relata a mãe, esposa, empresária e hoje motociclista, de 53 anos.

Com a chegada dos filhos, ela havia saído de frente do guidão e ido parar na garupa. “Virei garupa do meu marido por 26 anos”, lembra. Mas, Telma entendeu que precisava pilotar a própria vida.

Os últimos oito anos dela foram intensos, desde que começou a acelerar uma Honda Shadow 750 . Boa parte vividos após ela criar a confraria Filhas do Vento e da Liberdade, atualmente com mais de 10 mil simpatizantes em todo o Brasil.


Fonte: IG CARROS