Viemos para a Cidade do México para acompanhar o lançamento do inédito Volvo C40 Recharge, ao lado da imprensa brasileira e de todas as outras de países influentes da América Latina. O crossover é o primeiro carro da marca pensado a partir de um projeto totalmente elétrico, além de servir de exemplo para futuros lançamentos da marca sueca.
O Volvo C40 acaba de chegar às concessionárias do Brasil por R$ 419.950, oferecendo como destaques a autonomia de 440 km, motores elétricos que tracionam as quatro rodas por meio de seus 408 cv e 67,3 kgfm combinados, podendo ir de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos.
Tudo isso em conjunto com aprimoramentos no sistema de recarga, que leva 40 minutos recarga rápida e 8 horas em carregamento caseiro. Fora toda a sua tecnologia embarcada, que utiliza o pacote completo da Google para uma total integração entre inteligência artificial e comando do veículo.
O podcast de hoje vem para debater os novos fenômenos que envolvem a mobilidade, a relação com a criação de um carro como o C40 , bem como a radical estratégia de eletrificação da Volvo , que confirma o fim da aplicação de motores a combustão a partir de 2030.
Os carros e a tecnologia são pensados e desenvolvidos a partir de necessidades individuais e coletivas, vontades, elementos culturais, entre muitos outros fatores. Essa discussão se amplia ainda mais na seara dos carros elétricos.
Em entrevista com a Volvo, mais especificamente com o Diretor de Operações, João Oliveira , tomamos o novo C40 como base para destrinchar questões que envolvem o comportamento humano, a visão de futuro da marca e dos consumidores, razão, paixão, sustentabilidade, e muito mais. Entretanto, é claro que não deixamos passar a existência de algumas polêmicas importantes de se considerar. Ouça na integra a seguir:
“Apostamos que o C40 será um dos protagonistas do segmento, ao lado do XC40 Recharge . Estimamos pra o o primeiro ano de vendas do nosso lançamento (C40) 1.000 unidades, enquanto o total somado dos dois modelos ficaria em torno das 3.500 unidades. Essa união dos dos SUVs vai colocar a Volvo em destaque entre as fabricantes de elétricos. A Volvo irá dominar o segmento”, diz João Oliveira.
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Interessante dizer que, segundo o Diretor, a Volvo diferencia ambos os modelos da seguinte forma. O XC40 é inicialmente voltado ao cliente que está interessado mais nas características funcionais e versáteis do SUV padrão. Enquanto isso, o C40 é pensado aos que gostam das tecnologias, estilo, inovações e características mais conceituais. Ainda assim, não descarta a possibilidade de um perfil de cliente acabar optando pelo outro carro.
“O nosso cliente quer estar alinhado com o topo da tecnologia e/ou na forma mais sustentável que a mobilidade moderna pode oferecer. E ambos os produtos entregam virtudes para esses consumidores. Interessante é que quem compra um carro elétrico, não compra apenas um automóvel, mas compra um assunto. Com eles, a experiência do consumidor e a antecipação do que será o futuro são elevadas a patamares mais intensos”, pontua Oliveira.
Algo que surpreendeu é o otimismo da Volvo com o mercado brasileiro , mas que nos fez sentido, principalmente quando pensamos no comportamento do mercado consumidor. “O Brasil é um dos países mais maduros para esse tipo de produto na América Latina”, disse Oliveira.
O executivo também comenta que “acreditamos que os motores a combustão não terão mais de 4 ou 5 anos de longevidade sem algum tipo de eletrificação. Isso porque as legislações em vários países do mundo estão estreitando cada vez mais o limite de tolerância com emissões”.
Durante a entrevista, João Oliveira ainda disse que “vai chegar uma hora que serão impedidos pela lei de seguirem em oferta. Por mais que o Brasil possa não esbarrar em algumas dessas exigências cada vez mais rígidas, seguir com os motores a combustão significará que o nosso mercado irá ficar defasado ante as últimas tecnologias”, afirmou o diretor.
Um dia, os carros elétricos saiam da seara da exclusividade, do nicho de mercado e da novidade, para chegarem a muitas garagens brasileiras. Foi assim com o acesso ao carro depois dos anos 60 e 70, com o telefone e com internet entre os anos 80, 90 e início dos 2000 e com os celulares até meados da década passada. Por que seria diferente com a mobilidade, muito bem representada pelos EVs?