O primeiro Fiat Uno apareceu no Brasil há 36 anos. Na época, o carro logo se tornou um dos ícones de modernidade. Entre outros feitos, também foi primeiro 1.0 vendido no País e fez bastante sucesso. Mas o tempo passou depressa e o compacto da marca italiana foi perdendo apelo, mesmo depois da chegada da segunda geração, há 10 anos. Hoje o carrinho é mero coadjuvante no mercado e logo deverá deixar seu legado para o Mobi.
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Agora, nem mesmo na questão de preço o Fiat Uno tem de atraente, só mesmo o sobrenome da versão mais em conta: Attractive. Sim, porque o carro parte de R$ 44.190, valor que não inclui opcionais. Com a inclusão do simples sistema de som, sem comandos no volante ou tela sensivel ao toque, acrescenta R$ 1.900 ao preço. Com os alto-falantes na dianteira, mais R$ 390.
Não é à toa que o Fiat Uno está com vendas relativamente baixas, de acordo com o relatório mensal da Fenabrave (Federação do Distribuidores de Veículos). Nos dois primeiros meses do ano, o carro teve 2.412 unidades vendidas, bem menos que as 8.994 do Mobi e menos ainda que seus principais rivais, como o também veterano VW Gol , com 11.974.
Sem apelo, o Fiat Uno Attractive tem como principal atributo no dia a dia a economia de combustível, mesmo com o antigo motor 1.0 Fire Evo, de quatro cilindros, e não o novo e eficiente Fire Fly, de três, que equipa das demais versões. Nessa que avaliamos, a mais em conta, são 75 cv e 9,9 kgfm de torque a 3.850 rpm com apenas etanol no tanque. São númros modestos, suficientes apenas para se deslocar do ponto A para o B, sem muita pretensão.
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O que anima é o baixo consumo, como as barrinhas digitais do painel demoram para desparecer. De acordo com o Inmetro, o Fiat Uno Atracttve faz 8 km/l na cidade e 9,4 km/l na estrada, números que melhoram para 11 km/l e 13,4 km/l, com gasolina, respectivamente. Não é nada extraordinário, mas foi o que mais agradou no dia a dia.
Não é só a falta de fôlego que atrapalha da vida do Fiat Uno Atractive. Falta isolamento acústico, o curso da alavanca de câmbio é bem longo e a direção tem assistência apenas hidráulica, o que dificulta as manobras. Além disso, a posição do pedal do acelerador não é das mais cômodas. E é bom ter certa cautela nas curvas, não apenas por que não há controle de estabilidade como também a suspensão prioriza a absorção das irregularidades do piso e as rodas de aro 14 vêm montadas em estreitos pneus 175/65R.
Por dentro, a vantagem do Uno em relação ao Mobi é o espaço maior, inclusive no porta-malas, de 280 litros. Mas fica por aí. O acabamento é bem simples, de tecido. No painel, porém, tomaram o cuidado de adotar superfícies de dois tons, dando um aspecto ligeiramente arrojado. Mas notamos que faltou algum capricho em detalhes como a tampa de cobre o porta-malas, que logo se torna uma fonte de ruidos incômodos com o tempo.
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Conclusão
Sem muito apelo no mercado, o Fiat Uno é um dos heróis da resistência, principalmente em tempos bicudos como o que estamos vivendo hoje em dia, sob os efeitos do novo coronavírus. O carro tem a relativo baixo consumo como principal atrativo, mas sofre com fortes concorrentes. Vale apenas ressaltar que a avaliação foi feita antes do covid-19 se espalhar pelo Brasil.
Ficha Técnica – Fiat Uno Attractive 1.0
Preço: a partir de R$ 44.190 (com pacote S-Design)
Motor: 1.0, quatro cilindros, flex
Potência: 75 cv (E) / 73 cv (G) a 6.250 rpm
Torque: 9,9 (E) / 9,5 kgfm (G) a 3.850rpm
Transmissão: Manual, cinco marchas , tração dianteira
Suspensão: Independente, McPherson (dianteira) / Eixo de torção (traseira)
Freios: Discos ventilados (dianteiros) / tambores (traseiros)
Pneus: 175/65 R14
Dimensões: 3,82 m (comprimento) / 1,64 m (largura) / 1,48 m (altura), 2,38 m (entre-eixos)
Tanque: 48 litros
Porta-malas: 280 litros
Consumo etanol: 8 km/l (cidade) / 9,4 km/l (estrada)
Consumo gasolina: 11,6 km/l (cidade) / 13,4 km/l (estrada)
0 a 100 km/h:13,8 segundos
Velocidade máxima: 153 km/h