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Kombi faz 60 anos com festa e promessa de relançamento

Kombi faz 60 anos com festa e promessa de relançamento

Velha senhora, guerreira, corujinha, jarrinha, pão de forma, kombosa e até perua. O que não faltam são apelidos carinhosos para homenagear a Kombi, que no próximo sábado, 2 de setembro, comemora 60 anos no Brasil.

Os nomes são muitos, mas a paixão pelo utilitário é a mesma entre os fãs e não para de crescer. No sistema do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) constam 387.436 veículos do modelo registrados.  O clássico da Volkswagen começou a ser produzido no país em 1957 e para a tristeza dos fãs deixou de ser fabricado em dezembro de 2013.

A produção do modelo teve início na Alemanha em 1950 e sete anos depois foram fabricadas as primeiras unidades brasileiras, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, com motor de 1.200 cm³ de cilindrada.

O modelo deixou de ser produzido devido à exigência federal, em vigor desde janeiro de 2014, de que todos os veículos fabricados desde então sejam equipados com airbag e freios ABS, itens de que a veterana não dispunha.

A última Kombi produzida em São Bernardo do Campo está no museu de veículos comerciais do Grupo Volkswagen, na cidade alemã de Hannover.

Mas há uma boa notícia para os kombimaníacos: a montadora prevê o retorno da Kombi em 2020 em uma nova versão que promete inovar a fachada e os faróis traseiros, bem como estará disponível em modelos híbridos e elétricos, conforme anunciou o presidente da marca, Herbert Diess, ao site inglês Auto Express. Além de preservar a história da Kombi, a reformulação e retorno do veículo trará principalmente mais segurança aos condutores.

O amor pela senhora de 60 anos será celebrado no dia 2 de setembro, o Dia Nacional da Kombi, estabelecido por iniciativa do Sampa Kombi Clube de São Paulo.

Idealizador da data e presidente do clube, Eduardo Gedrait conta que essa comemoração é uma homenagem para o veículo que sempre prestou serviço à sociedade. “Ela desperta uma nostalgia, principalmente para quem tem mais de 30 anos e já andou ou viu muitas delas rodando por aí”, acrescenta. 

Segundo ele, a Kombi foi o primeiro veículo a ser produzido pela Volkswagen no Brasil, antes mesmo do Fusca. Para Gedrait, essa longevidade do modelo no país se deve à popularidade e versatilidade que o carro propõe.

“Trata-se de um veículo sem luxo nenhum, mas eficiente e de fácil manutenção, com capacidade de carga para transportar mercadorias ou pessoas”, fala o presidente-fã, destacando o recente “boom” de Kombis que aderiram ao movimento de comida de rua, como os food trucks.

Na Balada

O empresário Pieter Den Hartog Júnior, 23, revelou paixão pelo utilitário desde criança e aos 18 comprou sua primeira Kombi modelo Stardard. “Eu quis ter uma Kombi, pois além dela servir para trabalhar e passear ela representa um lado cultural que me chama a atenção, como sua ligação com o movimento Hippie na década de 1970”, destaca. 

Atualmente ele conta com dois modelos em casa. Uma das Kombis o jovem empresário usa para animar festas e baladas com o projeto “In the Kombi”. Com equipamentos de som, luzes e uma mesa adaptada para DJ, o veículo estacionado se transforma em uma balada sobre quatro rodas. “Somos convidados para festas em condomínios e até encontros de carros”, diz. 

Prestes a completar 60 anos, a Kombi Turismo do comerciante José Ricardo de Oliveira já faz parte da história do automobilismo do Brasil. O veículo estilo corujinha nas cores cinza claro e cinza escuro esteve presente no primeiro Salão Internacional do Automóvel de São Paulo em 1960 e, no ano passado, voltou a ser exposta no evento após ser restaurada. 

O amor pela Kombi surgiu de uma maneira inesperada na vida do autônomo Eduardo Turati. Há vinte anos ele ficou desempregado e viu na Kombi uma oportunidade de vender produtos de limpeza e fazer transportes de cargas para ganhar dinheiro.

“Eu assumi a Kombi que era do meu sogro, que não poderia mais continuar com os gastos, e desde então ela nunca mais saiu da minha vida”, relata.